16/06/16 14h12

Empresários de 40 países se reúnem em São Paulo para debater economia global

O Brasil será sede do encontro do Conselho Mundial da Câmara de Comércio Internacional. A instituição reúne as principais empresas e associações do mundo para propor políticas públicas e resolver impasses

Portal da Indústria

Pela primeira vez o Brasil será sede do encontro anual do Conselho Mundial da Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês), chamado de Brazil Business Day. O evento reunirá mais de 200 executivos de empresas globais no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, na quinta-feira (16). Entres os palestrantes, estarão o presidente do ICC Brasil vice-presidente da Suzano Papel e Celulose, Daniel Feffer; o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade; o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo; e o bilionário indiano Sunil Mittal. A ICC é uma organização do setor privado presente em mais de 130 países, que representa 6,5 milhões de empresas. No Brasil, a instituição voltou a ter presença em 2014 em parceria com a CNI.

Os empresários vão se reunir preocupados com as previsões, da própria ICC, de que o mundo crescerá menos de 3% pelo quinto ano consecutivo e o comércio internacional não dá sinais de recuperação. Para a ICC, parte desse cenário pode ser explicado pelo protecionismo e pela falta de acesso a financiamento para operações de comércio exterior. “Esse baixo crescimento não pode ser aceito como um padrão. Temos que trabalhar com os governos e com a Organização Mundial do Comércio para restaurar o comércio como motor do crescimento mundial, para criação de emprego, aumento da renda e redução da pobreza”, explica o presidente do ICC Brasil, Daniel Feffer.

Fraco crescimento - O ano de 2016 não começou muito bem para o comércio internacional. Segundo a CNI, além de seu fraco crescimento da área, também se destacam a retração dos preços das commodities, a instabilidade nos mercados financeiros e maior exposição de países em desenvolvimento à volatilidade nos fluxos de capitais. Além disso, há queda das importações nas economias emergentes e em desenvolvimento e redução das projeções globais de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Dados do Fundo Monetário Internacional avaliam que os emergentes devem
crescer 4,3%, mas os países da América Latina e Caribe terão retração média de 0,3%.

As discussões interessam, sobretudo, aos empresários que investem e produzem no Brasil. O país é a sétima economia mundial, mas apenas o 25ª exportador entre os 161 membros da OMC. Esse descompasso pode ser explicado pelo alto custo das operações de comércio exterior. No entanto, o momento atual, com o real desvalorizado e retração do mercado interno, são um estímulo para as empresas que querem ingressar e ampliar suas exportações. “O comércio exterior não pode ser uma opção só para quando a situação interna não é boa. Empresários e formuladores de políticas públicas devem ter consciência de que o Brasil necessita de uma estratégia previsível e concreta voltada para a maior e melhor inserção das empresas brasileiras no mercado mundial”, diz Robson Braga de Andrade.

Entre as ações defendidas pela CNI e pela ICC Brasil para ampliar a participação do país no comércio global estão a negociação de acordos comerciais, pois atualmente as empresas brasileiras têm acesso, livre de barreiras tarifárias e não-tarifárias, a menos de 8% dos mercados mundiais. Concorrentes do Brasil, como o Chile, Peru e México possuem 83%, 74% e 57%, respectivamente. Também é necessário reduzir o custo Brasil associado ao comércio exterior, com a facilitação e desburocratização na exportação, na importação e na internacionalização das empresas nacionais.