14/09/08 14h38

Empresário segue otimista, aponta Fiesp

Folha de S. Paulo - 14/09/2008

Apesar da tendência de desaceleração da economia, os empresários paulistas mantêm o otimismo para o segundo semestre deste ano. Pesquisa realizada pela Fiesp mostra que 59% das empresas estão com expectativas otimistas; 27% estão indiferentes; 8%, pessimistas; 5%, muito otimistas; e apenas 1% delas mostram-se muito pessimistas. O levantamento da Fiesp foi feito com 607 empresas em agosto. Foram consultadas 428 micro e pequenas empresas, 136 médias e 43 grandes. A pesquisa mostra também que 50% das empresas esperam aumentar a produção neste segundo semestre; 23% acham que vai ser igual; 13% acreditam no aumento acentuado; 12% em queda e 2% em queda acentuada. As perspectivas para as vendas também são favoráveis: 51% têm expectativas de aumento; 24% de que sejam iguais; 11% de aumento acentuado; 11% de queda; e 2% de queda acentuada. Em relação às perspectivas de exportações, o quadro não é dos mais favoráveis: para 34% das empresas, as exportações serão iguais às do primeiro semestre; 25% apostam em queda; 18%, em aumento; 17%, em queda acentuada; e 6%, em aumento acentuado. Também não são das mais favoráveis as perspectivas de emprego: 55% não têm intenção de realizar contratações. A pesquisa também buscou avaliar o impacto da inflação na indústria paulista. Das empresas pesquisadas, 91% sentiram o impacto da inflação. O aumento dos preços das commodities foi o maior vilão para a indústria: 84% declararam que sentem o impacto pelo aumento dos preços das matérias-primas; 40%, pela elevação dos salários; e 39%, pela alta da energia. O diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, chama a atenção, no entanto, para o fato de que as empresas repassaram para os preços finais apenas uma parte dos aumentos dos custos. De acordo com a pesquisa, para 71% das empresas, os aumentos ficaram entre 5% e 20% nos últimos 12 meses, o que gerou uma média de 15% de aumento de custos. Os repasses, no entanto, não passaram de 10%. A média foi de 8%. Para compensarem esses aumentos de custos sem repassá-los na mesma proporção para os preços, as empresas, segundo o trabalho da Fiesp, têm recorrido a outras alternativas: 64% reduziram as despesas administrativas; 62% cortaram a margem de lucro; 42% ampliaram os investimentos para aumentar a produtividade; 21% diminuíram os investimentos; e 14% cortaram funcionários.