23/08/12 16h48

Empresa da região aposta forte nos biolubrificantes

Correio Popular

O mercado de óleos lubrificantes sempre foi considerado um inimigo do meio ambiente em razão do potencial poluidor de seus componentes químicos, além de, na maioria dos casos, o produto ser extraído do petróleo, recurso não renovável. A boa notícia é que já existem no mercado opções ecologicamente corretas e, neste ano, foi criada em Itatiba, com mudança já marcada para Campinas, a primeira empresa do Brasil a se dedicar exclusivamente à fabricação de lubrificantes de base vegetal.

A Vgbio foi instalada no início deste ano e tem capacidade para produzir 170 mil litros de biolubrificantes e 10 mil quilos de graxa de origem vegetal por ano. Os produtos são feitos à base de óleos de soja, nabo-forrageiro, mamona e pinhão manso. O objetivo da empresa é crescer 20% nos próximos cinco anos e, para 2013, estão previstos investimentos que atingem R$ 13 milhões (US$ 6,5 milhões), incluindo a construção de uma nova unidade de produção na região do Aeroporto Internacional de Viracopos, além de um laboratório de pesquisa. O faturamento esperado para o próximo ano é de R$ 25 milhões (US$ 12,5 milhões).

“Conseguimos produzir biolubrificantes e graxas que, além de apresentarem maior rendimento do que os minerais e sintéticos, não agridem o meio ambiente”, explica o diretor-executivo da Vgbio, Roberto Uyvari Jr. Outra vantagem é a redução do descarte de resíduos e a possibilidade de reciclagem. Depois do uso, o produto volta à empresa e é transformado em outros tipos de lubrificantes. Após essa segunda utilização, ainda há a possibilidade de encaminhar os resíduos para empresas produtoras de adubos.

Uyvari Jr. conta que os estudos mostram que, na área de usinagem de metais, mais conhecida por especialistas pelo nome em inglês, metal working, o rendimento dos biolubrificantes chega a ser 30% maior do que o dos similares minerais (de origem no petróleo) ou sintéticos. No caso de um óleo produzido pela empresa especialmente para máquinas de perfuração, o rendimento é de até 250% superior, além de não haver o risco de contaminação de lençóis freáticos.

Além do setor de mineração — especialmente em máquinas de perfuração de rochas, equipamentos e esteiras transportadoras de minério —, os biolubrificantes têm também como mercado em potencial o agronegócio, em que estão sendo requisitados para a utilização em implementos agrícolas, como tratores, colheitadeiras e plantadeiras. Mas, o uso é ainda mais amplo. Um exemplo é a aplicação em trilhos de trem para diminuir o atrito.