05/02/13 15h58

Empresa criada na Unesp exporta nanotecnologia para o exterior

Araraquara.com

Nanox S.A. virou realidade dentro do Instituto de Química de Araraquara e agora quer abrir filial nos Estados Unidos

A Nanox S.A., empresa que nasceu de um grupo de pesquisa universitário no Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara, produz materiais bactericidas inorgânicos e procura parcerias para instalar-se no mercado dos Estados Unidos.

A base que saiu das bancadas da universidade araraquarense está em uma das mais modernas áreas da ciência, a nanotecnologia. Os investimentos previstos em solo americano chegam a US$ 2 milhões e até universidades do exterior miram a tecnologia.

A empresa, sediada em São Carlos, nasceu do trabalho de um grupo de amigos que se graduaram na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e fizeram pós-graduação no IQ de Araraquara. “Vimos que o fruto das nossas pesquisas podia ser comercializado e a empresa começou a atuar nacionalmente”, diz Gustavo Simões, um dos sócios.

O foco da empresa está na produção de antimicrobianos. Os principais produtos de aplicação da tecnologia são as embalagens plásticas para alimentos. A atuação dá-se também em produtos da linha branca, bebedouros, carpetes e equipamentos odontológicos, por exemplo. “A importância é muito grande, pois a nanotecnologia é usada como meio de garantir que não haja contaminação de bactérias nesses ambientes”, pontua Simões.

Mercado externo
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) enxergou a importância desse trabalho e fez com que a empresa fosse contemplada com a participação do programa MIT Global Laboratory. Cerca de 60 empresas no mundo foram selecionadas e uma equipe multidisciplinar da universidade visita os locais para otimizarem os trabalhos.

A participação consiste na elaboração de um plano de negócios para a Nanox iniciar a comercialização de seu produto no mercado de plásticos norte-americano, no segmento de embalagens alimentícias, abrindo uma filial da companhia naquele país.

“É mais um passo para nosso projeto nos Estados Unidos. Já exportamos para lá com clientes que fizemos pela internet e em feiras, mas queremos nos instalar lá”, diz Simões.

Com a chancela do MIT, o próximo passo é procurar fundos de investimentos que apostem na proposta. “Precisamos de US$ 2 milhões e, no primeiro trimestre deste ano, já teremos novidades. Mostramos que somos sérios e que o Brasil não oferece apenas futebol e caipirinha”, conclui.

Empresa é a maior do setor nanotecnológico no País
A Nanox é a primeira empresa brasileira a exportar nanotecnologia e é a maior do segmento no País. A empresa nasceu de um projeto desenvolvido por três jovens universitários, André Araújo, Daniel Minozzi e Gustavo Simões. A ideia desenvolveu-se na graduação, na UFSCar, e foi aperfeiçoada na Unesp de Araraquara.

Em 2006, despertou o interesse de investidores e recebeu investimentos para finalizar o desenvolvimento de produtos e comercialização, sendo a primeira empresa de nanotecnologia a receber investimentos na América Latina. Em 2007, ganhou o prêmio Finep de Inovação e, em 2009, venceu o 3º Prêmio Empreendedor de Sucesso da Revista ‘Pequenas Empresas & Grandes Negócios’ e Fundação Getúlio Vargas na categoria crescimento. Também recebeu o selo de ‘Empresa Inovadora’ da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).