Empresa centenária realiza plantio de mudas e cultivo de horta em cidades da RMC
White Martins possui plantas industriais em Paulínia e Vinhedo e envolve colaboradores e comunidade em iniciativas ambientais
Correio PopularA White Martins, empresa de gases industriais presente no Brasil há mais de 110 anos, desenvolve projetos de sustentabilidade e preservação ambiental com a comunidade em Paulínia e Vinhedo, duas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) onde tem unidades. Desde a inauguração da planta de gás natural liquefeito (GNL) de Paulínia, em 2006, os funcionários mantêm uma estufa para produção de mudas de árvores nativas e frutíferas, doadas ao Jardim Botânico Municipal para o plantio em área de preservação ambiental da cidade.
Em 18 anos, de acordo com a empresa, foram entregues cerca de 5 mil mudas de diversas variedades, entre elas pitangueiras, graviola, areca-bambu e ipê-amarelo. “É uma ação de responsabilidade corporativa que conta com um colaborador voluntário da unidade de Paulínia diretamente responsável pela estufa, o Renato Oliveira Jardim”, afirmou o diretor-executivo de Recursos Humanos, Comunicação e Sustentabilidade da White Martins, Nilton Freitas.
A manutenção da estufa de mudas faz parte das ações voltadas à compensação de emissões pela empresa e de uma série de outras iniciativas voltadas à preservação ambiental. Criado em 1985, o Jardim Botânico Adelelmo Piva Junior, que recebe as mudas doadas, ocupa uma área de cerca de 8,6 hectares, o equivalente a oito campos de futebol, e busca promover o estudo da flora regional visando à conservação, reprodução das espécies vegetais, educação ambiental e lazer.
A área ocupada fazia parte de uma fazenda, com a variedade arbórea, tanto exóticas como nativas já existentes, sendo preservadas. Ali são encontrados exemplares de paineiras, jatobás, flamboyants, abacateiros, mangueiras, jabuticabeiras, nespereiras e outros. Os principais projetos de pesquisa desenvolvidos atualmente são de reprodução de espécies arbóreas nativas regionais, caracterização da vegetação remanescente, com o objetivo de conservar e restaurar a paisagem fragmentada, e o estudo de vegetação adequada para evitar conflitos com as redes de energia elétrica.
Outras ações
A White Martins desenvolve outros projetos de preservação ambiental na planta de Paulínia. As principais ações, além do viveiro de mudas, têm o intuito de reduzir a geração de resíduos e o consumo de água no processo industrial. “A unidade da empresa em Paulínia é uma referência em ações sustentáveis na região”, destacou Nilton Freitas. Entre os trabalhos realizados está o programa Desperdício Zero, cujo objetivo é direcionar, no mínimo, 90% dos resíduos gerados na planta para destino que não seja aterro sanitário.
Outra frente busca a diminuição da geração de resíduos ambientais, com meta estabelecida e acompanhamento contínuo pela empresa. Ela também visa reduzir o consumo de água no processo industrial, fazendo monitoramento constante para cumprir a meta estabelecida. A planta de Paulínia utiliza ainda energia elétrica proveniente de fontes renováveis.
De acordo com a indústria, o GNL produzido na planta apresenta baixos níveis de emissões de gases do efeito estufa em comparação a outros combustíveis. O gás natural liquefeito, citou, permite uma redução de 14% da emissão de gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, em relação ao gás liquefeito de petróleo (GLP), e de 31% no comparativo com o óleo combustível.
A White Martins produz gases voltados para usos industrial e na área de saúde. No caso do GNL produzido em Paulínia, ele pode ser utilizado em diversos setores industriais, como química, farmacêutica, vidro e cerâmica, automotiva, veículos leves e pesados, têxtil, siderurgia, metalurgia, alimentos, bebidas, papel e celulose. Nesse último segmento, o gás é usado na produção de um papel mais branco e sustentável, destinado à produção de cadernos e livros.
Dois gases são protagonistas para atingir esse objetivo. O uso do oxigênio (02) no processo industrial resulta no branqueamento das folhas. A aplicação desse elemento retira ainda a lignina e outros componentes, o que diminui os impactos ambientais da produção. Já o CO2 aumenta o rendimento da produção da polpa de celulose, principal matéria-prima do papel. A injeção desse gás aumenta a capacidade de lavar e drenar a polpa, retirando todas as impurezas antes de prensar as folhas.
Horta
A White Martins tem em Vinhedo uma das mais modernas plantas da empresa em todo o país. Ela é totalmente automatizada e entrou em operação em 2020. Recentemente, um grupo de 15 funcionários da unidade desenvolveu ações para fomentar reflexões sobre a relação da comunidade com o meio ambiente. Os colaboradores participaram do cultivo de uma horta junto a alunos e professores da escola municipal CIC Eduardo Von Zuben, no bairro Altos do Morumbi.
Cerca de 100 mudas de verduras e legumes foram plantadas durante a ação, promovida pela ImageMagica, organização apoiada pela empresa, dentro do Circuito Cultural de Inclusão. Os estudantes de 10 a 13 anos, do 5º ano do Ensino Fundamental ainda mantêm a produção de tomate, alface, coentro, salsinha, manjericão, alecrim e outras verduras e temperos. O objetivo da empresa é estimular a alimentação saudável, promover a consciência ambiental e ampliar as ações de responsabilidade social.
“O incentivo à preservação ambiental por meio de ações com foco em educação está em nosso DNA. Somos parceiros de várias iniciativas de norte a sul do país com esse viés, e nossa ação conjunta com o Circuito Cultural de Inclusão para a criação da horta insere no cotidiano dos estudantes e educadores de escolas públicas a responsabilidade coletiva quanto ao futuro do planeta”, explicou a gerente de Comunicação e Sustentabilidade da White Martins, Júlia Lomba. O Circuito Cultural é uma iniciativa da ONG ImageMagica, realizada com patrocínio da White Martins, por meio da lei de incentivo estadual à Cultura ProAC/ICMS.
Integração
Os pilares da iniciativa são trabalho em equipe, criatividade e consciência sobre a importância da preservação ambiental. De acordo com a entidade, plantar, cuidar e colher estimulam o pensamento crítico e a responsabilidade sobre a natureza, envolvendo diretamente a empresa parceira da ação por meio do engajamento dos colaboradores.
A White Martins desenvolve outras práticas sustentáveis em sua planta em Vinhedo. Entre elas, estão squeezes disponibilizados para os colaboradores e uso de copos de papel para bebidas quentes, que buscam diminuir o uso de utensílios plásticos, material que leva de 400 a 500 anos para se decompor no meio ambiente.
A empresa divulgou ainda que todo o lixo orgânico produzido pela unidade é enviado para compostagem e cerca de 90% dos resíduos são reciclados. A unidade está envolvida no projeto “Vinhedo Lixo Zero”, no qual diversas empresas da região estão unidas para apoiar, divulgar e patrocinar o serviço de desenvolvimento sustentável do município. “Fazer parte deste marco é uma oportunidade única para reforçar o nosso compromisso com a comunidade local e o meio ambiente”, afirmou o gerente da Unidade Vinhedo da White Martins. Antonio Perlingeiro.