10/04/10 11h05

Emprego na indústria ganha fôlego

O Estado de S. Paulo

O mercado de trabalho industrial registrou resultados positivos em fevereiro, mas ainda está longe da plena recuperação dos estragos feitos pela crise. Segundo o IBGE, o emprego no setor aumentou 0,6% na comparação com janeiro e 0,7% na comparação com fevereiro do ano passado, na primeira expansão em relação a igual mês do ano anterior desde novembro de 2008. Mas, mesmo com o crescimento da ocupação, o nível do emprego no setor ainda remonta a janeiro de 2007.

Além disso, no acumulado do primeiro bimestre o balanço ainda é negativo, com queda de 0,2%. O patamar de produção industrial de fevereiro era similar ao de maio de 2008 e já se aproximava do recorde pré-crise de setembro daquele ano. O economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, explica que os efeitos dos movimentos na atividade industrial sempre chegam com defasagem às contratações.

Ele avalia que, apesar da deterioração causada pela crise, o mercado de trabalho industrial começa a acelerar seu processo de recuperação. Mas, ressalta que isso representa custo adicional, o que exige maior confiança dos empresários. "Há de fato um cenário favorável para o emprego no setor", disse. O bom resultado no número de horas pagas mostra que o setor busca adequar a mão de obra à elevação do uso da capacidade instalada. As horas pagas tiveram aumento de 1,5% em fevereiro ante janeiro, no melhor resultado mês a mês desde o início dos efeitos da crise na indústria.

Ante fevereiro de 2009, as horas pagas aumentaram 1,6%, também o primeiro dado positivo ante igual mês de ano anterior registrado desde outubro de 2008. Segundo Macedo, os crescimentos apurados nas horas pagas e na ocupação nesse confronto refletem uma base de comparação muito deprimida no ano passado, "mas também os efeitos positivos de um maior ritmo da atividade produtiva". A folha de pagamento real da indústria também aumentou em fevereiro, com variação de 2,7% ante o mês anterior e de 3,8% na comparação com igual mês do ano passado. No primeiro bimestre do ano, a folha já acumula alta de 2,3%.