12/06/10 10h58

Emprego na indústria cresce 0,4%

O Estado de S. Paulo

O emprego industrial manteve a trajetória de lenta recuperação em abril, mas não conseguiu recuperar todas as vagas perdidas na crise de 2009. A ocupação no setor aumentou 0,4% em relação a março, no quarto mês consecutivo de alta. Na comparação com abril de 2009, o aumento foi de 3,3%, a maior alta apurada pelo IBGE desde fevereiro de 2008. O coordenador da pesquisa, Fernando Abritta, observou que a ocupação industrial ainda está 3,3% abaixo do recorde de setembro de 2008, embora a produção já esteja praticamente igual à daquele período, quando o nível de atividade era recorde.

Abritta explica que as contratações na indústria respondem com defasagem em relação à atividade, mas destacou o crescimento elevado em comparação ao mesmo período de 2009. "Esse aumento reflete uma base deprimida do ano passado, mas o emprego está acompanhando a recuperação da indústria", afirmou. O analista da Tendências Consultoria, Bernardo Wjuniski, considerou favorável o resultado de abril. "A tendência continua positiva, devendo acompanhar o desempenho robusto esperado para a produção industrial no ano".

O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério Souza, acredita que o crescimento vai continuar nos próximos meses. A expansão em abril, segundo ele, foi espalhada entre as regiões e as atividades industriais, o que permite prever novos resultados positivos. O bom desempenho apurado na comparação com abril do ano passado foi liderado, em termos regionais, pela indústria paulista, que responde por 40% do emprego industrial no País e elevou as contratações em 2,8%. As regiões pesquisadas elevaram o número de ocupados, assim como 13 dos 18 segmentos.

Os setores que mais influíram no resultado positivo da pesquisa foram as indústrias de alimentos e bebidas (2,7%), produtos de metal (6,9%), máquinas e equipamentos (5,8%), calçados e couro (7,0%), meios de transporte (4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (6,7%) e têxtil (7,1%). O valor da folha de pagamento real da indústria registrou queda de 0,4% em abril em comparação a março, após três meses consecutivos de aumento.