11/11/09 11h41

Emprego industrial cresce pelo terceiro mês seguido

O Estado de S. Paulo

O terceiro trimestre do ano confirmou o início da recuperação do emprego industrial que, invertendo três quedas consecutivas, registrou alta de 0,3% na comparação com o trimestre anterior. Para a gerente de análise da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes, o mercado de trabalho da indústria aponta para um nível mais forte de atividade no quarto trimestre. "Há nitidamente uma melhora do emprego e das horas pagas no terceiro trimestre, respondendo ao aumento que vem ocorrendo na produção desde o segundo trimestre", observou. De acordo com o IBGE, a ocupação na indústria subiu 0,4% em setembro em relação a agosto, no terceiro aumento mensal consecutivo.

Embora em setembro o nível do emprego industrial tenha ficado 6,5% abaixo do registrado em igual mês de 2008, como destaca a análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a comparação com o período que marcou o início da crise internacional já "é um olhar pelo retrovisor". "Há um processo em curso de melhora do emprego industrial que corrobora as projeções feitas para este segundo semestre de 2009", diz o relatório técnico do Iedi, que destaca, porém, a lentidão do processo. "As magnitudes das taxas de crescimento do emprego no terceiro trimestre são muito tímidas para fazer frente, por exemplo, às fortes quedas ocorridas entre dezembro de 2008 e fevereiro deste ano (de 1,9%, 1,4% e 1,3%, respectivamente)."

Para Isabella, o desempenho das horas pagas foi o destaque do mercado de trabalho industrial em setembro e o resultado nesse indicador aponta para um aumento no ritmo de produção da indústria no quarto trimestre. O número de horas pagas subiu 1,1% em setembro na comparação com agosto, o maior aumento ante mês anterior desde fevereiro de 2008. "Essa é a variável mais associada ao nível de atividade. Assim como o ajuste à crise ocorreu primeiro nas horas pagas, a recuperação também está ocorrendo de maneira mais forte aí", disse, acrescentando que, "se há aumento no ritmo de trabalho em setembro, isso pressupõe maior intensidade de trabalho, de produção no quarto trimestre".