23/10/19 14h26

Empreendedores de fintechs brasileiras vão à China por “futuro do pagamentos”

O país asiático é, com larga margem, a maior referência mundial em mobile payment

Pequenas Empresas e Grandes Negócios

A China entrou no radar de empreendedores e executivos brasileiros que desejam estudar novos modelos de negócios digitais, buscar investimentos ou identificar novas tecnologias para fazer suas operações crescerem. Só nos últimos 18 meses, a procura por vistos de negócios para a China teve alta de 22%, de acordo com a embaixada do país no Brasil.

Entre os setores digitais que mais despertam o interesse de brasileiros está o de meio de pagamentos, uma vez que o país asiático é, com larga margem, a maior referência mundial em mobile payment.

No país em que dinheiro de papel foi praticamente abolido, só em 2018 US$ 28 trilhões foram movimentados via pagamentos móveis, a maior parte deste montante transacionada por meio de QR codes, método comum no país.

De acordo com o especialista em china e fundador da consultoria Inovasia Felipe Zmoginski, o QR Code está sendo substituído, aos poucos, pelo pagamento via reconhecimento facial. “Cada vez mais lojas de varejo, vending machines e serviços públicos, como ônibus e metrôs, estão adotando o reconhecimento de rostos como validação de pagamentos”, explica Zmoginski.

O país também é referência em fintechs do tipo P2P, em que pessoas que não se conhecem emprestam dinheiro umas às outras, conectadas em plataformas de negociação.  O mercado de seguros, microcrédito e de investimentos em bolsa também vive acelerada transformação no país, com forte adoção de ferramentas de inteligência artificial na operação de serviços financeiros digitais ao usuário.

No início de dezembro, a cidade de Hangzhou, sede do conglomerado Alibaba, receberá a edição chinesa do famoso evento financeiro Money 20/20.  Segundo Zmoginski, que foi head de marketing por 5 anos do gigante chinês de buscas Baidu e organiza um grupo de fintechs que visitará a China em dezembro, estudar o mercado local permite antecipar tendências que se consolidarão no Ocidente no futuro próximo. 

“É uma oportunidade de viajar para o futuro e descobrir quais modelos serão vencedores, além de fazer networking com investidores e futuros parceiros”, diz o especialista.