Emerson mantém plano de investimento no país
Valor Econômico
O lançamento será hoje em Sorocaba, no interior paulista, em cerimônia com direito a presença de autoridades locais, do prefeito e discurso para comemorar os R$ 60 milhões (US$ 34,9 milhões) em investimentos na cidade, além da criação de quatro mil empregos diretos e indiretos. Mas há mesmo o que comemorar. Multinacional do ramo de automação e equipamentos industriais, a Emerson foi duramente atingida pela crise mundial, mas não cancelou seus planos de investimento no país. Muito pelo contrário: o cenário cinzento nos Estados Unidos e Europa ampliou o papel dos mercados emergentes, Brasil incluído, no mapa internacional da companhia.
O executivo-chefe de operações da companhia, Ed Monser, no país para lançar o novo parque industrial do grupo, afirma que os mercados maduros estão crescendo mais devagar, e nos últimos cinco anos 75% do crescimento da companhia veio dos países emergentes. "O Brasil ainda é uma operação pequena em números absolutos, mas é grande na contribuição que faz ao crescimento da empresa", diz o executivo. Segundo ele, o país passa por uma fase de muitos investimentos em infraestrutura, com grandes projetos, algo ideal para os negócios da Emerson. "E o Brasil é um mercado chave. Se nós perdermos espaço aqui, perderemos em outros lugares."
No Brasil, a receita da empresa triplicou nos últimos cinco anos, chegando a R$ 400 milhões (US$ 232,6 milhões), e a projeção é de que o número deverá dobrar nos próximos três anos. Mas a China é o grande mercado: dos 30% da receita da companhia que provém dos países emergentes, metade vem de lá. No resto da América Latina, apenas a Colômbia se recupera, e Argentina e Venezuela - esta antes um grande mercado - ainda patinam.
Aqui a empresa tem uma operação em Macaé, para atender a Petrobras, e cinco unidades de produção espalhadas pelo interior e na capital de São Paulo. O novo investimento vai centralizar as operações em Sorocaba, em um espaço de 51 mil m 2, o que, espera-se, vai ajudar na redução de custos e acomodar planos de expansão das vendas. Cerca de metade da receita da empresa vem do setor de óleo e gás - onde a grande cliente é a Petrobras, para quem fornece serviços de monitoramento e controle de vazão para as plataformas da estatal. Outra grande cliente é a Vale, que adquire da Emerson serviços de controle de processo para minas de minério de ferro. A operadora de telefonia Vivo também tem sua infraestrutura de energia elétrica fornecida pela Emerson.