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Emergentes atraem capital para ações e títulos; Brasil se destaca, aponta IFI

Valor Econômico - 05/06/2009

Fundos focados em ações do Brasil receberam em maio o maior fluxo líquido de recursos em dois anos, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IFI), que reúne os maiores bancos do mundo. O montante líquido (descontadas as retiradas) foi de US$ 1,5 bilhão no mês passado, numa reviravolta em relação a saídas líquidas no ano passado e que chegaram próximo de US$ 5 bilhões em julho.

Os mercados de ações e de dívida dos emergentes apresentam "retornos excelentes" até agora este ano, atraindo forte fluxo para fundos de ações e de renda fixa dedicados a esses países, mas o IFI chama a atenção para variações significativas no fluxo por região e por mercado.O grosso dos recursos tem sido destinado a fundos de ações focados nas economias da Ásia, uma parte menor na América Latina e quase nada na Europa do Leste.

Na América Latina, o Brasil e o México são os preferidos. A Rússia começa a atrair de novo investidores, ajudada pela alta do preço do petróleo. O fluxo líquido para fundos de ações focados na China tem permanecido estável, e não houve saída líquida de recursos nem após a quebra do banco Lehman Brothers. O outro lado da moeda é que o financiamento externo dos emergentes continua "problemático", apesar das perspectivas mais positivas recentemente. Os emergentes conseguiram emitir US$ 47 bilhões de bônus soberanos ou quase soberanos até maio no mercado internacional, no mesmo ritmo do ano passado. Já as companhias desses países, incluindo as com melhor nome e grau de investimento, só emitiram US$ 17 bilhões. É menos do que o volume no período em 2008 e abaixo dos pagamentos que venceram, refletindo uma retirada líquida nesse segmento do mercado por investidores internacionais. Além disso, os empréstimos sindicalizados para empresas de emergentes caíram 40% até agora, comparado ao volume de 2008.