30/04/10 11h24

Emergentes ajudam recuperação de múltis

Valor Econômico

Procter & Gamble, Unilever e Colgate-Palmolive, três das maiores fabricantes de bens de consumo do mundo, divulgaram ontem bons resultados em suas vendas, beneficiadas pela forte demanda em países emergentes da Ásia e América Latina. O diretor de finanças da Procter & Gamble, Jon Moeller, afirmou que sua empresa teve crescimento superior a 10% nas vendas, em volume, na China, Arábia Saudita, Índia e Brasil. Na Turquia, onde houve queda em 2009 por problemas da empresa para ajustar seus preços após a crise mundial, o aumento foi de mais de 60%. "Embora esperássemos recuperação nos mercados emergentes, não acreditávamos que mercados como o da Turquia se recuperassem tão rápido", afirmou.

A Procter & Gamble, entre cujos produtos estão o detergente Tide, os cosméticos Olay e a linha para bebês Pampers, registrou crescimento de 7% nas vendas orgânicas, em volume. A receita líquida da empresa também aumentou 7%, para US$ 19,5 bilhões, com o lucro líquido somando US$ 2,59 bilhões. O lucro por ação cresceu 10%, para US$ 0,87. Nos EUA, a Procter & Gamble reduziu alguns preços, como os das marcas de sabão para roupas Era e Cheer, reagindo ao comportamento mais econômico dos consumidores americanos.

Procter & Gamble e Unilever aumentaram os investimentos em marketing, sendo que a empresa anglo-holandesa cortou preços de produtos como o sabonete Dove, a sopa Knorr e o sorvete Ben & Jerry. As vendas em volume da Unilever cresceram 7,6%, enquanto a receita, excluindo aquisições e variações cambiais, subiu 4,1%, para € 10,14 bilhões. O lucro líquido avançou 30%, para € 973 milhões. O executivo-chefe da Unilever, Paul Polman, mostrou-se otimista, embora de forma cautelosa, quanto às perspectivas mundiais. Disse estar vendo sinais de surgimento do que ele espera ser uma recuperação "longa e persistente".

Na Colgate-Palmolive, as vendas subiram 6%, em volume, enquanto a receita líquida subiu 9,5%, para US$ 3,83 bilhões. Sua participação no mercado mundial de pastas de dente subiu para mais de 44%. O lucro líquido caiu para US$ 357 milhões, refletindo encargos não monetários de US$ 271 milhões relacionados à inflação na Venezuela. O executivo-chefe da Colgate-Palmolive, Ian Cook, afirmou que empresa apresentou um trimestre sólido, "apesar das condições econômicas difíceis".