27/01/11 10h38

EMC inclui Brasil no plano global de expansão para 2011

Valor Econômico

Na segunda semana de fevereiro, William Teuber, vice-presidente do conselho de administração da EMC Corporation, companhia americana de armazenamento de dados, vem ao Brasil com um grupo de vice-presidentes da empresa para definir as estratégias de expansão e investimento no país. Na pauta das reuniões estão incluídos projetos de aquisição de empresas e a construção de um centro de excelência para pesquisa e desenvolvimento. Os projetos fazem parte do plano da companhia para dobrar de tamanho no país até 2013.

"Já recebemos visitas de vários executivos da companhia para entender o país e um dos planos em vista é a aquisição de uma empresa no Brasil", afirma o diretor-geral da EMC Brasil, Carlos Cunha. O analista da consultoria IDC, Waldemar Schuster, diz que o mercado local é relativamente pequeno para as companhias de armazenamento e é dominado por multinacionais. "É difícil saber que tipo de aquisição a EMC estaria interessada no Brasil", afirma Schuster.

A EMC Brasil tem 32% de participação no mercado brasileiro de armazenamento e seus principais concorrentes são IBM, Hewlett-Packard (HP), Hitachi Global Storage (HDS), Fujitsu, Dell, Huawei Symantec e NetApp. "A EMC conquistou a liderança no Brasil tendo como foco as grandes empresas. Recentemente, com o lançamento de produtos para pequenas e médias empresas, o ritmo de crescimento acelerou", afirma Cunha. A empresa havia anunciado em novembro que iniciaria a exportação de produtos do Brasil para países do Cone Sul no segundo trimestre deste ano - hoje essa região é abastecida pela fábrica da EMC na Irlanda. Mas, por conta do crescimento acelerado no Brasil, a subsidiária deve adiar para o segundo trimestre o seu plano de exportações, diz Cunha.

O executivo não divulga dados de vendas no Brasil. Mas destaca que o país responde por boa parte dos negócios da América Latina, que hoje representam 3% da receita global da EMC. Informa ainda que a companhia cresceu 35% em vendas em 2010. "Em 2011, com certeza teremos um crescimento de dois dígitos", afirma. O desempenho da subsidiária foi mais acelerado que o crescimento global da companhia. A EMC encerrou o ano passado com incremento de 21,3% nas vendas globais, com faturamento de US$ 17,015 bilhões. O lucro líquido cresceu 75%, totalizando US$ 1,97 bilhão.

A EMC Brasil atua no país há 15 anos e desde 2008 tem fabricação local, por meio de uma parceria com a taiwanesa Foxconn, que mantém fábrica em Jundiaí (SP). A empresa também produz em fábricas da Foxconn na China. Globalmente, a EMC tem fábricas próprias nos Estados Unidos e na Irlanda. No mundo, a companhia emprega em torno de 33 mil pessoas, sendo 358 no Brasil.

Schuster, da IDC, diz que o mercado brasileiro de armazenamento é pequeno comparado ao global, mas cresce rapidamente. Em 2009, o setor faturou no Brasil US$ 265 milhões e, no ano passado, registrou expansão de 45% até setembro (para US$ 216 milhões). A consultoria estima que o ritmo de crescimento chegou a 50% no quarto trimestre. "O governo elevou as compras e as pequenas e médias empresas aumentaram a demanda", afirma. Os principais setores demandantes são os de telecomunicações, petróleo e gás e finanças.