Embrapii projeta investimento de R$ 1,7 bilhão em inovação pelo Brasil
Empresa do governo federal tem contratos com 13 institutos de pesquisa em todo o país; objetivo é fomentar avanço em tecnologia na indústria.
Meio FiltranteA Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) foi criada em 2013 pelo governo federal para acelerar o desenvolvimento de inovação industrial no país. Trata-se de modelo implantado com sucesso pelo mundo, permitindo que o poder público feche parcerias com a iniciativa privada e instituições de pesquisa para investimento em desenvolvimento de tecnologia. Balanço deste início de 2015 aponta que 13 parcerias já foram firmadas pela Embrapii com institutos e empresas de sete Estados, o que projeto investimento de R$ 1,7 bilhão em inovação brasileira.
Desse total, R$ 577,2 milhões serão recursos aportados pela Embrapii (que recebe verba do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Educação), o equivalente a um terço do total. O restante será investido igualmente por indústrias e centros de pesquisa.
Assim funciona o modelo da Embrapii: governo federal, institutos de pesquisa e empresas investem em conjunto no desenvolvimento de tecnologia, sempre sob rígidas metas, em projetos estruturados para garantir avanço à indústria nacional.
Os 13 institutos já acordados com a Embrapii se concentram nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (lista abaixo). As competências tecnológicas variam desde engenharia submarina (que inclui desenvolvimento de materiais e processos para exploração de óleo e gás) até manufatura aeronáutica (pesquisa, desenvolvimento e inovação para os setores aeroespacial e de defesa).
"O próximo passo é a Embrapii selecionar mais cinco instituições de pesquisa e cinco polos de inovação, chegando a 23 unidades credenciadas. É um aporte importante para a indústria nacional, mas também para os institutos de pesquisa, um modelo em que todos ganham, desde que seguidas regras para o desenvolvimento dos estudos", afirma João Fernando Gomes de Oliveira, presidente da Embrapii.
A velocidade na liberação de recursos é apontada por representantes de empresas como um estímulo às parcerias. A Votorantim Metais, por exemplo, realizou dois projetos com a Embrapii e o Senai Cimatec e tem planos para mais oito inovações juntamente com as entidades. A companhia fechou a primeira parceria em maio de 2013, com investimento conjunto de R$ 2,5 milhões. O projeto resultou no desenvolvimento de um sistema de queima de combustíveis renováveis para as plantas de produção de níquel. A Votorantim Metais estima que a tecnologia trará economia anual de R$ 10 milhões, ou uma redução de 4% do consumo de óleo industrial.
Para a Mahle Metal Leve, a parceria com Embrapii e institutos de pesquisa tem gerado resultados positivos. Um dos projetos da companhia consistiu no desenvolvimento de uma bronzina (peça do motor de carros) mais resistente à corrosão e que reduz as emissões de gases de efeito estufa. A expectativa da empresa é colocar as novas peças no mercado em 2015.
João Fernando Gomes de Oliveira é diretor-presidente da Embrapii desde 2013. Foi diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de 2008 a 2012. Em 2010 foi considerado o principal cientista do Brasil, em prêmio da Fundação Conrado Wessel (FCW), na categoria Ciência Aplicada (maior premiação do Brasil na área).
Ele também foi presidente da agência de inovação Fábrica do Milênio. Graduado e doutorado em engenharia mecânica pela USP e pós-doutorado pela University of California - Berkeley.
Institutos conveniados com a Embrapii (com as respectivas áreas): 1. Instituto Nacional de Tecnologia - INT (Tecnologia Química Industrial | 2. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT (Materiais de alto desempenho) | 3. SENAI/Cimatec (Manufatura Integrada) | 4. ISI - Engenharia de Polímeros - SENAI (Polímeros) | 5. Centro de Energia Elétrica e Informática - UFCG (Software e Inovação) | 6. Fundação CPqD - CPqD (Comunicações Ópticas) | 7. Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - LACTEC (Eletrônica Embarcada) | 8. Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CERTI (Sistemas Inteligentes) | 9. Instituto Alberto Luiz Coimbra de PG e Pesquisa de Engenharia- COPPE/UFRJ (Engenharia Submarina) |10. Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais - CNPEM (Processamento de Biomassas) | 11. Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA (Manufatura Aeronáutica) | 12. Laboratório de Metalurgia Física da Escola de Engenharia - UFGRS (Tecnologia de Dutos) | 13. POLO - Laboratórios de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica - UFSC (Tecnologias em Refrigeração).