23/12/08 15h23

Embrapa terá USS 630.4 mi para custeio e pesquisa

Gazeta Mercantil - 23/12/2008

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) não conseguiu gastar R$ 1,3 bilhão (US$ 565.2 milhões), correspondente ao total liberado para o exercício atual. Mesmo assim, em 2009, a estatal terá R$ 1,45 bilhão (US$ 630.4 milhões), 11,5% mais que no ano anterior, recurso que foi garantido pelo Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa, o PAC da estatal. Além da verba assegurada pela União, a Embrapa conta com recursos extra-orçamentários de origem pública e privada. As parcerias firmadas com as empresas públicas estaduais e institutos de pesquisa renderam R$ 50 milhões (US$ 21.7 milhões) à empresa em 2008 . Já as pesquisas desenvolvidas com a iniciativa privada, renderam outros R$ 25 milhões (US$ 10.9 milhões) à Embrapa. A maior parte desses R$ 25 milhões (US$ 10.9 milhões) foi captada através de contratos fechados na área de sementes. O diretor-presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, ressalta que apesar da crise que já atinge o agronegócio brasileiro, os investimentos em pesquisa e contratação de pesquisadores estão mantidos "para atender a crescente demanda que recai sobre a Embrapa". Segundo ele, uma das metas do PAC da Embrapa é a contratação de 1200 novos pesquisadores, "principal ativo da Empresa". De acordo com Crestana, entre os projetos do Programa está incluída a modernização dos laboratórios e aquisição de máquinas agrícolas, por exemplo, além de aprimoramentos institucionais. Atualmente a Embrapa desenvolve cerca de dez tecnologias em fase de transferência para o setor produtivo. "Ampliação da produtividade, cultivares, manejos, sistemas integrados e ganhos na rota biológica" seriam as principais áreas de concentração dos estudos. A cana-de-açúcar é um dos alvos das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa. A Empresa quer transferir para essa cultura a tecnologia que já dispensa a aplicação de nitrogênio nas lavouras de soja. A recuperação de áreas de pastagens, já em prática em algumas propriedades, pode aumentar os hectares agricultáveis no País - 50 milhões deles concentrados nas regiões de cerrado. Hoje apenas 0,7 unidade animal ocupa um hectare inteiro, espaço que poderia ser divido entre dois animais se se aplicassem alternativas de manejo diagnosticadas pela Empresa. Para Crestana, os próximos desafios estão ligados à mudança climática e ao manejo da água, "commodity mais importante que o próprio petróleo" na avaliação do diretor-presidente. Segundo ele, as mudanças climáticas vão protagonizar a tropicalização do mundo, "o que culminaria em um estresse híbrido e períodos de estiagem prolongada". A Embrapa firmou parceria com a Jircas, organização de pesquisa japonesa, para desenvolver aqui estudos para a produção de sementes geneticamente modificadas resistentes à seca (Dreb 1 e 2).