Embrapa busca parcerias para seguir líder em pesquisas
Valor Econômico - 18/12/2006
A Embrapa chega ao fim de mais um mandato de governo com um grande desafio: atrair mais recursos para se manter na liderança da pesquisa agropecuária brasileira. Para isso, a estatal conta com o desembaraço da legislação para criação das empresas de propósito específico (EPE), formadas por capital privado e público. A meta é atrair R$ 1 para cada R$ 1 investido pela estatal em pesquisa, disse ao Valor o presidente da Embrapa. Atualmente o recurso privado é da ordem de US$ 9,5 milhões. O orçamento total da Embrapa neste ano foi de US$ 492 milhões, ante US$ 393 milhões aplicados em 2005. Para o próximo ano, o projeto de orçamento está na faixa de US$ 462 milhões. A Embrapa foi criada em 1973, com a missão de induzir - e financiar em grande parte - o desenvolvimento de pesquisas agropecuárias no país, por meio de suas próprias unidades, dos órgãos estaduais de pesquisa, de institutos e dos serviços estaduais de assistência rural. Para atrair recursos, a estatal elegeu áreas que considera mais atrativas para gerar produtos com o setor privado: agroenergia, biotecnologia e nanotecnologia. Na dianteira está a criação de uma empresa de inovação tecnológica voltada à agroenergia. O projeto atraiu interesse da BR Distribuidora, da Itaipu Binacional, do BNDES e do Banco do Brasil. Na área de biotecnologia e nanotecnologia, a estatal reforçará as apostas nas pesquisas de melhoramento de culturas de maior importância socioeconômica, como soja, milho, café, arroz, feijão, eucalipto, banana e mamão. Na área de genética animal, as pesquisas concentram-se no domínio das técnicas de clonagem para a reprodução de animais de alto valor genético e o desenvolvimento dos animais transgênicos - que produzam, por exemplo, leite com hormônio de crescimento, fator anti-tumoral e fator de coagulação sangüínea. Na área de genética bovina, a empresa mantém parceria com 35 empresas e institutos de pesquisa.