01/02/13 11h00

Embraer vende por US$ 94 mi seis Super Tucano a Angola

O Estado de S. Paulo

Força Aérea do país afirma que esta é uma encomenda inicial e novas compras não estão descartadas

A aviação militar de Angola recebeu ontem os primeiros três Super Tucanos, turboélices de ataque leve da Embraer Defesa e Segurança, parte de um lote de seis unidades compradas em 2012. O contrato vale cerca de US$ 94 milhões. Angola vai empregar a aeronave nas missões de vigilância de fronteira e na repressão ao tráfico de armas que abastece movimentos radicais na região.

A Força Aérea Nacional de Angola (Fana) é o terceiro operador do A-29 Super Tucano na África, depois de Mauritânia e Burkina Faso. O comandante da Fana, general Francisco Afonso, considera a encomenda "um esquadrão pioneiro", indicando a possibilidade de novos pedidos. A aviação angolana utiliza cinco treinadores Tucano, uma espécie de avô do Super Tucano, dois Bandeirante 111, de patrulha, e um jato executivo Legacy, para transporte de autoridades do governo. Em 2011, o país perdeu um modelo Emb-120 Brasília em um acidente que matou 17 pessoas.

Para o presidente da Embraer Defesa, Luiz Carlos Aguiar, "o interesse dos países africanos pelo Super Tucano é devido a suas características de robustez, eficiência e versatilidade - tudo isso associado ao baixo custo, de aquisição e de operação".

Ao menos dez países clientes selecionaram o A-29 e, em sete deles, o turboélice opera regularmente. O avião acumula cerca de 26 mil horas de combate. No total, são 170 mil horas de voo.

Origem. Apresentado em 1995, pouco depois da privatização da companhia, o Emb-314, a denominação inicial do modelo, foi especificado pela Força Aérea Brasileira (FAB) com referências de longo prazo. O Super Tucano cumpre missões de contra insurgência, ataque leve, interceptação de alvos de baixo desempenho, e a instrução avançada, com alto rendimento.

A versão de exportação, entretanto, passa por processo permanente de aperfeiçoamento. Os engenheiros da Embraer consideram inovações, como os links de vídeo digital para transmissão de imagens noturnas - em infravermelho ou convencionais - ou sistemas de emprego de armas de precisão, bombas inteligentes, guiadas por laser, e ainda modelos mais leves, de pequeno diâmetro e grande precisão. Foguetes guiados podem ser usados.

A estreia em combate do A-29 foi em 18 de janeiro de 2007. Dois esquadrões da Força Aérea da Colômbia, a FAC, despejaram 4,5 toneladas de explosivos sobre as instalações de um comando regional das Forças Armadas Revolucionárias, as Farc.

Em 1º de março de 2008, um número não revelado de aviões bombardeou um acampamento das Farc localizado pela inteligência colombiana em território do vizinho Equador, dois quilômetros além da fronteira. O alvo foi iluminado por dois times de operações especiais, em terra.

Foram usadas bombas inteligentes do tipo Paveway, fornecidas por Israel. A arma, depois do lançamento, procura o objetivo em voo planado de sete quilômetros até 20 km. No ataque, morreu Raul Reyes, o segundo em comando dos rebeldes. Ao longo dos quatro anos seguintes, operações semelhantes eliminaram 17 líderes do movimento rebelde.