27/05/10 11h56

Embraer prevê venda de 180 unidades do KC-390 em dez anos

Valor Econômico

A Embraer planejou produzir 180 unidades do seu novo avião de transporte militar, o KC-390, nos primeiros dez anos de comercialização da aeronave. Segundo o diretor do programa KC-390 na Embraer, Paulo Gastão Silva, a empresa identificou uma demanda potencial de 700 aeronaves na classe do novo avião, um negócio estimado em cerca de US$ 50 bilhões, sendo que 100 delas na América do Sul. "Esse é o mercado que a Embraer estará disputando e a nossa visão é de que existe uma demanda bem distribuída pelo mundo, envolvendo um total de 77 países", afirmou.

De acordo com estudo feito pela fabricante nacional, a frota mundial de aviões de transporte é de 2.802 cargueiros, sendo que 1.613 aviões têm idade superior a 25 anos, o que significa que estão próximos de serem substituídos por aeronaves novas. O mercado potencial de vendas do KC-390, segundo o executivo, não inclui países como os Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, onde existe uma frota de 1.008 aviões cargueiros em final de vida útil. "Esses países, em princípio, não são compradores do KC-390, pois têm projetos próprios de novas aeronaves cargueiras", comentou.

As estimativas de mercado para o novo avião de transporte militar da Embraer foram apresentadas na terça-feira, em São José dos Campos, durante um evento sobre "offset" (contrapartida comercial, industrial e tecnológica) do KC-390. Organizado pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), órgão vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o encontro reuniu 16 empresas estrangeiras e 180 nacionais interessadas no programa de desenvolvimento do cargueiro, seja como parceiros estratégicos ou como fornecedoras da Embraer.

O KC-390 está sendo desenvolvido a pedido da Força Aérea Brasileira (FAB), a um custo de US$ 1,3 bilhão. A FAB, segundo o gerente-executivo do projeto na Aeronáutica, coronel Adalberto Zavaroni, tem uma necessidade inicial de 22 aviões para substituir a frota nacional de C-130, que já tem mais de 30 anos de operação. "A demanda por esse tipo de aeronave no Brasil, no entanto, deverá exigir, pelo menos, o dobro desse número, se levarmos em conta o número de operações realizadas atualmente pelo C-130", disse o coronel.