03/05/10 11h12

Embraer espera venda maior no 2º semestre

Valor Econômico

A combinação de dois fatores - maior eficiência produtiva, com custos mais baixos, e um cenário mais favorável para as vendas - contribuíram para que a fabricante de aviões Embraer apresentasse um balanço mais positivo no primeiro trimestre deste ano. "O mix de vendas da companhia melhorou, com um reforço na área de defesa, que também é bastante lucrativa, mas, para que isso se mantenha, a empresa precisa começar a transformar suas campanhas de vendas em novas ordens", disse o analista de transportes do Banco Santander, Caio Dias.

Segundo o analista, as projeções indicam vendas melhores a partir do segundo semestre, mas ainda bem inferiores às realizadas antes da crise. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, disse que a empresa não enxerga um cenário pior que o de 2009. "A gente vê uma redução de receita em 2010, devido às vendas mais fracas, mas, olhando para frente, esperamos um cenário bem melhor que o do ano passado." Um dos indicativos positivos nessa direção, segundo a Embraer, é que o total de campanhas de vendas em andamento está 2,5 vezes maior que no último trimestre de 2009.

O resultado da Embraer no primeiro trimestre de 2010 agradou o mercado, apesar de a empresa ter registrado uma queda de 33,3% (de R$ 2,7 bilhões/US$ 1,37 bilhão para R$ 1,8 bilhão/US$ 1 bilhão) na receita líquida em relação ao mesmo período do ano passado. Na opinião de alguns analistas, o balanço da companhia continua saudável porque a empresa está mais eficiente do ponto de vista de produção e com uma posição de caixa líquido ainda confortável, de R$ 790,9 milhões (US$ 439,4 milhões).

O crescimento do mix de receitas com os segmentos de defesa e de serviços aeronáuticos teve um reflexo favorável na margem bruta da companhia, que passou de 17,1% no primeiro trimestre de 2009 para 20,7% nos primeiros três meses deste ano, segundo mostra o balanço financeiro no período. "Tivemos uma redução das entregas na aviação comercial (de 32 para 21 aeronaves), que foi compensada por um aumento na participação dos setores de defesa e de serviços, que representaram 33,4% do total das receitas do trimestre, ante os 19,6% de 2009", ressaltou Aguiar, da Embraer.