31/05/11 14h08

Embalagem impulsiona alta nas vendas da Novelis e CBA

DCI

O segmento de embalagens de alumínio está em franca expansão. A expectativa de fabricantes e da associação que representa as empresas é de um avanço que deve ser duas vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB). A previsão da Novelis é de crescer 10% no mercado de latas para bebidas, enquanto que a expectativa da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), da Votorantim Metais é de crescer 20% em 2011 comparado ao ano passado. O que impulsiona esse consumo é o aumento do poder aquisitivo da população brasileira. A ascensão das classes C, D e E tem reflexo direto na compra de alimentos, bebidas e cosméticos que levam alumínio na composição da embalagem.

Essa expectativa vai ao encontro do que a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) acredita ser o desempenho do mercado brasileiro. A entidade reforça a projeção de crescimento de 10% este ano, ante as 389 mil toneladas de 2010. Se essa previsão se confirmar o consumo aparente ficará em 427 mil toneladas. Com essas projeções a perspectiva é de elevação dos resultados.

A Novelis destina mais de 70% das chapas que produz para o segmento de embalagens. "A renda das famílias engrossou substancialmente, o que fatalmente gera aumento da confecção de folhas de alumínio", confirmou o vice-presidente de vendas e marketing da Novelis, Mauro Moreno. Segundo ele, outro fator que contribui para a expansão é o gasto da população com produtos farmacêuticos e de beleza. "Em decorrência da melhora econômica, nota-se também a compra constante de perfumes, desodorantes, protetor solar e remédios. A consequência disto é a demanda por alumínio para ser empregado em bisnagas, aerossóis etc", acrescentou ele. Entre alguns dos clientes da empresa estão a Rexam, a Crown e a Latapack-Ball.

Já para a CBA, a dependência do desempenho do setor de embalagens é maior do que a sua concorrente. A empresa dos Ermírio de Moraes concentra 80% de sua produção para este segmento. Além dos 20% para as latas de alumínio em geral, a companhia projeta crescer 10% na produção de folhas utilizadas em blisters (cartelas de remédios). "As cartelas, potes e sprays vêm sendo consumidos com desempenho satisfatório. Só o setor farmacêutico vem crescendo acima da média do setor como um todo nos últimos cinco anos", avaliou o gerente geral de planejamento comercial da Votorantim, Fábio Caveiro, que também coordena o grupo setorial de Folhas da Abal. Caveiro explica que mesmo com o consumo per capita abaixo do de países desenvolvidos, como o Japão e Estados Unidos, apenas seis quilos por pessoa, o consumo é inerente ao crescimento do PIB, portanto, o aumento vem com a evolução dos compradores.

Outro exemplo dado pelo executivo para ilustrar o quanto o metal não ferroso vem sendo utilizado é nas embalagens da companhia Tetrapak. "O Brasil hoje é o segundo maior consumidor das embalagens que levam leite e suco e só perdemos para os Estados Unidos", afirmou Caveiro, ao dizer que o ritmo de 10% de crescimento é equivalente ao da China.

A reciclagem foi apontada por ambos os executivos como um diferencial que também estimula o setor, uma vez que ao longo das duas últimas décadas, as tecnologias desenvolvidas para o reaproveitamento do alumínio em sua quase totalidade torna a cadeia mais produtiva e lucrativa. Somente no ano passado, o Brasil consumiu 1,3 milhão de toneladas de alumínio. Deste total, 30% foram destinados para embalagens. Conforme dados da Abal, esse é o maior segmento de consumo do produto no País e deverá manter esse posicionamento em 2011. Caveiro avalia que os números não são melhores porque o alumínio interno é supervalorizado em 60%, enquanto que o alumínio chinês é 30% depreciado em relação ao preço médio do mercado mundial do alumínio.

Esse crescimento acaba refletindo ainda na cadeia seguinte deste setor o de transformação do alumínio. Em decorrência do crescimento de 20% ao ano na venda de tubos para aerossol nos últimos três anos, a Bispharma ampliará a capacidade de produção em 40%. Com isso, a empresa planeja uma evolução na fabricação de bisnagas na casa de 15%, fato que elevará esse negócio a representar 25% dos resultados.