Embaixadora da Áustria quer ampliar pesquisa em parceria
Agência FAPESPCom foco direcionado à colaboração em pesquisa, a embaixadora da Áustria no Brasil, Marianne Feldmann, visitou a sede da FAPESP em São Paulo na segunda-feira, 24 de agosto, a fim de iniciar o diálogo para o estabelecimento de futuros acordos de cooperação entre a Fundação e instituições daquele país. A embaixadora foi recebida pelo presidente da Fundação, Celso Lafer.
Acompanhada por Fatima Ferreira-Briza, vice-reitora de Pesquisa da Universidade de Salzburg, e Peter Briza, da mesma universidade, e do professor Luiz Ricardo Goulart, da Universidade Federal de Urbelândia e da University of California Davis, Marianne Feldmann afirmou que na Áustria há empenho para o estabelecimento de novos convênios de cooperação para a pesquisa e que as instituições brasileiras de ensino e pesquisa estão no foco do país.
“A Áustria quer participar das chamadas conjuntas feitas pela União Europeia tendo em sua linha de frente o Brasil, o que é parte importante de nossa estratégia de internacionalização da pesquisa”, disse. Segundo ela, para que essas iniciativas envolvam as comunidades acadêmicas, é importante que o suporte seja dado pelas agências de fomento dos dois países.
“Existem 23 universidades públicas na Áustria, nas quais é realizada parte significativa das pesquisas no país, cujo sistema de financiamento é baseado em grande medida no apoio da Agência de Promoção de Pesquisa da Áustria (FFG) e do Fundo Austríaco de Ciência (FWF)”, explicou.
Para Lafer, trata-se de uma oportunidade adicional de levar adiante o processo de internacionalização da pesquisa feita em São Paulo. “A cooperação com a Áustria, e em especial com a Universidade de Salzburg, poderá aumentar também as possibilidades de inserção da pesquisa feita em São Paulo no âmbito do Horizonte 2020, maior programa de apoio à investigação científica e à inovação da Europa”, observou.
Segundo Marianne Feldmann, existe história conjunta e intercâmbio cultural entre brasileiros e austríacos, mas ainda falta interação em pesquisa. “Queremos formar redes no Brasil com pontos em comum com a Áustria, para a elaboração de projetos com a União Europeia e também entre pesquisadores dos dois países”, afirmou. Para estabelecer e ampliar essas redes, ela já visitou também a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A embaixadora da Áustria lembrou ainda que a imperatriz Leopoldina, quando chegou ao Brasil no século 19, trouxe consigo cientistas austríacos que estudaram pela primeira vez os biomas brasileiros, gerando uma enorme base de dados, disponíveis ainda hoje em vários museus na Áustria, que contam com itens originários do Brasil em seus acervos. “Queremos reativar os intercâmbios entre museus brasileiros e austríacos, mas baseados em um viés contemporâneo de pesquisa”, disse.
Entre as áreas que deverão ser contempladas em futuras pesquisas conjuntas estão as de energias alternativas, segurança, saúde, novos materiais, nanotecnologia, artes e música, na qual o país tem expertise e, segundo a embaixadora, está pronto para receber pesquisadores brasileiros.
A pesquisa em empresas também foi mencionada como de grande potencial para ser feita conjuntamente. Segundo ela, existem em torno de 260 empresas brasileiras na Áustria e cerca de 250 empresas austríacas instaladas em São Paulo, boa parte delas com potencial para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas.