07/10/09 10h09

Em setembro, sobe exportação de aço e celular

Valor Econômico

A folga na capacidade de produção para o mercado interno e a retomada de fôlego nos mercados externos ajudaram, em setembro, a recuperar fortemente as exportações de pelo menos dois dos manufaturados mais importantes para o comércio exterior: alguns produtos siderúrgicos e telefones celulares. Ambos tiveram um desempenho que animou o governo.

"Há sinais de que os exportadores estão diversificando mercados e aproveitando a recuperação econômica", comentou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. Sinal disso foram as vendas de aços laminados planos à Índia, que pularam de menos de US$ 200 mil em setembro de 2008 para US$ 20,5 milhões no mês passado.

Em setembro, as vendas de produtos manufaturados voltaram a superar o embarque de básicos, como soja e minério de ferro, que haviam assumido a maior fatia das exportações no mês passado. Os produtos manufaturados, como aço, aviões, veículos e celulares, representaram US$ 6,1 bilhões, 30,5% abaixo das vendas em setembro de 2008, mas 10,3% acima das exportações dos mesmos produtos em agosto deste ano.

As vendas de laminados planos subiram 69,5% comparadas às de agosto, as de fio-máquina, 36,6%, e as de celulares, 32%. A recuperação das vendas, sobre uma base de exportações bastante deprimida, produziu índices impressionantes, como o aumento de quase 7.000% nas exportações de laminados planos para Taiwan, comparadas ao resultado de agosto deste ano ou ao de setembro do ano passado.

Até as vendas à Argentina se recuperaram, embora não tenham alcançado os níveis de 2008: a exportação de US$ 21,7 milhões em laminados planos é mais de 40% inferior à do mesmo mês em 2008, mas 22% superior a de agosto.

A decisão de voltar em direção ao exterior parte da capacidade de produção antes comprometida com o mercado interno também explica, em grande parte, o excelente desempenho das exportações de celulares em setembro, na comparação com agosto. Os aparelhos celulares, que, em 2008, estavam em 17º lugar entre os principais produtos exportados, chegaram a agosto em 16º, apesar da queda de 38% nas vendas, em valor, em comparação com o ano passado. O forte crescimento do mercado brasileiro estimulou investimentos na ampliação da capacidade, que, agora, permite a fabricação de excedentes para exportação. O movimento é facilitado com o afrouxamento dos controles e barreiras levantados por países vizinhos.

O resultado da mudança de cenário para os exportadores de celulares do Brasil ficou evidente em setembro, ao se compararem as vendas do setor com os resultados de agosto: aumento superior a 1.800% para a Venezuela, quase 89% para o México, 76% ao Equador, 72% para os EUA, quase 40% para a Colômbia, e 8,8% para o nosso principal mercado, a Argentina. Outras empresas, além da Motorola, também aumentaram a produção no Brasil e, mais confortáveis para atender ao mercado brasileiro, começam a explorar a melhoria de situação de mercado na vizinhança, informa um executivo do setor.