Em seminário, Brasil pede cooperação econômica ao Japão
Evento na Fiesp reuniu mais de 300 autoridades dos dois países; mercado vê oportunidades em projetos de infraestrutura
Estado de S. PauloEm comemoração aos 120 anos do Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e o Japão, um seminário na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu ontem mais de 300 empresários e autoridades dos dois países para discutir projetos de cooperação diplomática e econômica.
“O momento de investir no Brasil é agora. Quem investe não vê o mês ou o ano seguinte. Os investimentos são pensados no longo – no mínimo médio – prazo”, disse o presidente da Fiesp Paulo Skaf ao abrir o seminário. O evento foi organizado pela Fiesp, pela Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil e pelo grupo Nikkei, e contou com a colaboração do Estado.
O embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda, disse que o momento de crise do parceiro sul-americano proporciona uma “oportunidade incomum para uma perspectiva de crescimento”. “O Brasil tem todas as condições institucionais para superar a crise atual e rumar para um país ainda mais forte e livre de corrupção”, disse Umeda.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Afonso Arinos de Melo de Franco Neto, – que representou o ministro Joaquim Levy no seminário–, pediu aos japoneses investimentos em obras de infraestrutura do Programa de Investimentos em Logística (PIL).
“Uma área que oferece imensas oportunidades para a participação japonesa é a logística. Investimentos em infraestrutura permitem reduzir os custos das exportações brasileiras no longo prazo”, afirmou Arinos, lembrando que 90% das importações japonesas de carne de frango e 60% das compras de suco de laranja vêm do Brasil.
O secretário aproveitou a ocasião para pressionar os japoneses pela retirada do embargo à carne suína brasileira, que o Japão mantém desde 2012. “Precisamos avançar na abertura do mercado para exportações brasileiras”.
Koichi Yajima diretor-executivo do JBIC (JapanBank for International Cooperation, banco de fomento do Japão), destacou alguns temas que preocupam empresas japonesas que desejam investir no Brasil, como a instabilidade da segurança pública e social, bem como a falta de clareza do sistema jurídico.
Ele afirmou ainda que o País precisa aprimorar os tratados econômicos com outros países. “Esse é um ponto muito importante em que o México conseguiu ultrapassar o Brasil”, disse.