12/12/24 15h02

Em recuperação impressionante pós-pandemia, Turismo deve crescer 4,2% em 2024

Setor cresce com viagens corporativas, alcançando recorde histórico; previsão é de alta de 3,8% em 2025

FecomercioSP

Um dos setores mais pujantes da economia brasileira pós-pandemia de covid-19, o Turismo deve faturar R$ 203,5 bilhões em 2024, segundo projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O montante representa uma alta de 4,2% nas receitas em relação ao ano passado.

O número — um recorde absoluto da série histórica da Entidade (o melhor resultado anterior foram os R$ 198 bilhões registrados em 2014, no ano da Copa do Mundo no Brasil) — é reflexo de dois fenômenos paralelos e essenciais: o aumento dos investimentos de empresas, que, em correlação com o bom ritmo do Produto Interno Bruto (PIB), estão expandindo gastos em viagens corporativas, e a alta significativa da demanda de consumidores por serviços turísticos.

No primeiro caso, o crescimento de feiras e eventos em grandes centros do País, sobretudo em São Paulo, além dos outros objetivos das viagens corporativas, contribuirá para que os gastos das empresas nesses serviços subam pelo menos 6% neste ano, segundo cálculos da FecomercioSP e da Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev). É, aliás, o mesmo patamar apontado recentemente por uma projeção da Global Business Travel Association (GBTA). 

Dados como esse se verificaram, na prática, ao longo de 2024, com deslocamentos constantes de equipes inteiras de empresas e segmentos para conferências, congressos e encontros, além de grandes eventos, como a Feira do Empreendedor, organizada pelo Sebrae em outubro. 

No entanto, é a demanda dos consumidores que melhor explica o cenário positivo para o setor. Essa procura, por sua vez, justifica-se pela conjuntura econômica, marcada por desemprego baixo (6,2%, no trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE) e, consequentemente, elevação da renda real. Sem falar das negociações salariais deste ano, que, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), fecharam em torno de 80% a 90% acima da inflação.

Há ainda um elemento fundamental nessa análise: a disponibilidade de crédito (que cresceu 9,6%, já com o desconto da inflação, segundo dados bancários), meio de preferencial de pagamento de viagens por parte dos turistas. Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), que integra o Conselho de Turismo da FecomercioSP, 65% das vendas de produtos turísticos no Brasil, neste ano, aconteceram por meio do cartão — o que se explica pela facilidade em parcelar as compras, sobretudo.

Em 2024, o grande gatilho para a melhora das receitas deve ser o segmento de locação de meios de transporte, com alta projetada de quase 12%. Em números absolutos, deve chegar a R$ 27,8 bilhões. Áreas tradicionais da experiência turística, como alimentação (alta de 7,6%), alojamento (7,3%) e atividades culturais, recreativas e esportivas (7%) também devem terminar o ano com porcentagens positivas.

 

Fonte: https://www.fecomercio.com.br/noticia/em-recuperacao-impressionante-pos-pandemia-turismo-deve-crescer-4-2-em-2024