22/09/09 10h06

Em nova fase, Biolab planeja expansão

Valor Econômico

Depois da separação da gestão compartilhada com a União Química, a Biolab, que tem rejeitado até agora o assédio de farmacêuticas estrangeiras, planeja um salto em sua curta trajetória de 12 anos. O laboratório prepara-se para uma sucessão de lançamentos de novos medicamentos, resultado do desenvolvimento interno e dos acordos de parcerias com terceiros.

O primeiro remédio chega em outubro. Trata-se do lançamento da primeira droga produzida em nanotecnologia, cuja indicação terapêutica a empresa mantém segredo. Ainda neste ano, a Biolab deve lançar um remédio contra hipertensão - uma das especialidades da brasileira - licenciado do laboratório italiano Minarini.  "Nosso portfólio será bem rico a partir de 2011", disse ao Valor o empresário Cleiton de Castro Marques, de 51 anos, presidente da Biolab. Em seu "pipeline", o laboratório desenvolve 29 projetos. A meta é lançar a primeira molécula - um antimicótico com atuação antibacteriana - em 2012.

Ao lado dos acionistas, o irmão Paulo, de 53 anos, responsável pela área industrial, e Dante Alário Júnior, 63 anos, que supervisiona a área médica e de pesquisas, Cleiton comentou o momento que vive o laboratório em meio ao assédio de multinacionais interessadas na compra de ativos no Brasil, de forma a compensar a falta de lançamento de novos produtos em seus países de origem.

Segundo eles, a Biolab tem rejeitado todas as propostas pelo controle da empresa. Cleiton lembra que o objetivo é construir a empresa a partir do desenvolvimento e a descoberta de novas drogas. A empresa faturou R$ 475 milhões (US$ 259,6 milhões) em 2008, projetando vendas de R$ 540 milhões (US$ 300 milhões) neste ano. O interesse, segundo Alário, é formar parcerias com empresas que agreguem valor ao laboratório.

Em sua nova fase, a Biolab, que já tinha uma unidade de produção de hormônio, comprou a fábrica de produção de sólidos e pomadas em Jandira (SP), que pertencia à Pharmacia, incorporada pela americana Pfizer. "Investimos ali R$ 30 milhões (US$ 16,7 milhões) com a compra da fábrica e novos equipamentos que seguem os padrões do FDA (o órgão regulador americano)", diz Paulo, que também possui paixão pela atividade de criação de gado e manipulação genética de embriões.

Além disso, a Biolab reforçou sua equipe com a abertura de 300 postos de trabalho, dos quais 100 nas atividades industriais e 200 para reforçar a área de vendas, totalizando 800 propagandistas. As projeções continuam otimistas. Segundo Cleiton, em 2010, mais 150 postos serão criados.