30/05/11 14h00

Em Jundiaí, movimento de jatos triplica em cinco anos

Valor Econômico

Sala de embarque e desembarque vazia. Poucos carros passando pelas ruas que ligam os hangares e movimento pequeno de funcionários. O ambiente vazio, proporcionado pela descentralização dos passageiros em diversos hangares, esconde a transformação do Aeroporto Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí, a 67 quilômetros da capital paulista. O local é hoje um dos principais destinos da aviação executiva na Grande São Paulo, com cerca de 6 mil pousos e decolagens por mês. O número ainda pode ser pequeno se comparado com o de Congonhas, que registra aproximadamente 18 mil pousos e decolagens mensais, mas o trânsito de aviões no aeroporto de Jundiaí triplicou nos últimos cinco anos.

Enquanto em 2005 foram 25 mil pousos e decolagens, em 2010 o número subiu para cerca de 78 mil. Na mesma comparação, o número de aeronaves que pousaram e decolaram em Congonhas caiu de 228 mil para 205 mil, considerando aviação executiva e comercial. No Campo de Marte, na capital paulista, exclusivo da aviação executiva, a movimentação de aeronaves cresceu 45% em igual comparação, chegando a 123 mil pousos e decolagens em 2010. A saturação dos grandes aeroportos de São Paulo, como Congonhas e Guarulhos, foi a maior indutora desse crescimento na cidade do interior. O aumento do uso de aviões particulares e da demanda por manutenção das aeronaves levou empresas do ramo para Jundiaí. O espaço, porém, já está prestes a se esgotar e as companhias começam a procurar alternativas.

"Atraímos as empresas porque tínhamos lugar para a construção de hangares. Mas hoje só temos mais um espaço, que deve ser licitado em breve, que comporta em média quatro a cinco aviões", diz Ricardo Volpi, superintendente do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), órgão que administra o aeroporto. O número de hangares em Jundiaí - que são as empresas que oferecem garagem e manutenção para as aeronaves - passou de 19 em 2006 para 25 em 2011.

Para permitir o aumento da utilização do local, o Daesp investiu R$ 4,5 milhões (US$ 2,5 milhões) de 2008 a março deste ano em obras como a construção de torre de controle, pavimentação do pátio de aeronaves e substituição do farol rotativo. Em 2011 ainda serão investidos mais R$ 1,8 milhão (US$ 1,13 milhões). Segundo Ricardo Volpi, mesmo com o aumento da movimentação, a administração do aeroporto não é lucrativa. "A construção da torre de controle foi necessária para o aumento do número de pousos e decolagens, mas é um serviço terceirizado e caro", diz. O Daesp não abre os números de gastos e receitas por aeroporto.