Em fevereiro, região do Polo Têxtil cria 2,3 mil empregos com carteira assinada
Número é 16,4% menor do que no mesmo período do ano passado; setores de serviços e indústria responderam por 90% das vagas
O LiberalA RPT (Região do Polo Têxtil) criou 2.368 empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na última quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número de vagas é 16,4% menor do que o do mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 2.834 postos formais.
O destaque em fevereiro fica por conta dos setores de serviços e indústria, que criaram, respectivamente, 1.738 e 402 empregos nas cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia. Juntos, os segmentos respondem por 90% das vagas geradas no mês.
Segundo Eliane Rosandiski, economista do Observatório da PUC Campinas, estamos em uma conjuntura ainda desfavorável do ponto de vista de retomada do crescimento porque há uma tensão grande entre o governo federal e o Banco Central em manter uma taxa de juros muito elevada.
Por conta dessa situação, explica Eliane, algumas áreas já têm começado a apresentar sinais de enfraquecimento, entre elas a indústria automotiva, que deu início às férias coletivas e o comércio.
“Diante desse cenário, é bom saber que há uma certa recuperação do emprego industrial. E por outro lado, temos o setor de serviços, que na RMC [Região Metropolitana de Campinas] teve muito fortemente associado ao serviço de educação, que é um emprego sazonal. Portanto, temos aí essa recuperação dos serviços puxados basicamente pelos serviços de escola”, afirma.
Já o comércio teve um comportamento relativamente tímido em fevereiro. Fechou janeiro com saldo negativo de 444 vagas na região e no mês seguinte não conseguiu recriar nem 10% delas, gerando apenas 40 postos com carteira assinada.
“Isso confirma que os juros excessivamente altos trazem para quem detém um capital maior, uma opção melhor de aplicar o dinheiro e ter um rendimento real. E a justificativa, muitas vezes, para manutenção desses juros altos acaba sendo uma inflação elevada”, comenta Eliane.