29/11/12 17h37

Em busca de verbas para o Itaquerão

Valor Econômico

Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo estudam como captar verbas para levantar as instalações temporárias da Arena Itaquera, mais conhecida como Itaquerão. O estádio vai sediar a abertura da Copa do Mundo em 2014 em Itaquera, na zona leste da capital. Ainda não está definido se a administração pública vai fazer licitações para contratar serviços como banheiros, restaurantes e cabeamento para banda larga no local durante os jogos. Ou se vai costurar outras parcerias com empresas privadas, como fez no caso das arquibancadas.
 
Gilmar Tadeu, secretário municipal de articulação para a Copa, disse que a administração pública está estudando o assunto. Segundo ele, existe a possibilidade de fazer parcerias com empresas privadas, como a anunciada com a Ambev na terça-feira.
 
Ambev e Odebrecht vão investir R$ 35 milhões para instalar 20 mil assentos em duas arquibancadas móveis e provisórias no Itaquerão, a serem removidas no fim da Copa. O estádio está sendo construído com 48 mil lugares. Mas para receber a abertura da Copa, deve ter ao menos 65 mil, segundo exigência da Fifa, a entidade que organiza o campeonato mundial de futebol de maior prestígio.
 
A administração pública precisa garantir outras instalações temporárias para a Copa como sala de imprensa, computador, mesas, fiação, cabeamento para acesso a internet, via banda larga. Esses projetos, segundo Tadeu, devem somar entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões "pelo que vemos nas outras cidades-sede". Ele citou como exemplo os gastos com estruturas temporárias das prefeituras de Belo Horizonte e Salvador.
 
Questionado se o tempo é curto para fazer licitações, Tadeu disse que São Paulo está dentro do cronograma, pois não vai sediar jogos da Copa das Confederações. Assim, segundo ele, a administração tem até "o fim de 2013, início de 2014" para contratar os serviços.
 
A Prefeitura de São Paulo ainda precisa definir se vai contratar grupos especializados em determinados setores (como cabeamento e iluminação) ou apenas uma empresa que responde por toda a operação e subcontrata diferentes partes do projeto.
 
Tadeu esteve ontem no estádio, que é do Corinthians, durante um evento organizado pela Fifa. Esta encerrou ontem as visitas deste ano às 12 cidades que sediarão os jogos da Copa de 2014. A comitiva contou com o prefeito Gilberto Kassab, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e os ex-jogadores Ronaldo e Bebeto, além de José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Valcke disse que havia conseguido "chegar aqui em apenas 19 minutos. Tudo atende aos nossos requisitos". Foi o tempo gasto, em trem, entre as estações Luz, o centro da cidade, e Itaquera.
 
A construção do estádio está estimada em R$ 820 milhões, tem 55% da obra concluída e previsão de entrega em dezembro de 2013. O estádio receberá seis jogos da Copa. As obras sofreram risco de paralisação em outubro por falta de garantias para a liberação de recursos do BNDES. Segundo o Valor apurou, quando as relações entre Odebrecht, BNDES e Banco do Brasil (repassador da verba) começaram a se complicar por causa da falta de garantias e ameaça de paralisação da obra, o Corinthians fez uma reunião. Um executivo da construtora entrou na sala e, quando saiu, a questão estava resolvida.
 
O estádio terá centro de convenções, bares, restaurantes, auditórios, lojas de material esportivo e museu de futebol. "A arena será um polo de lazer e negócios da região. Também queremos vender camarotes para as empresas explorarem durante os eventos", disse o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, em entrevista ao Valor no mês passado.