05/02/18 14h34

Em 4 anos, número de microempreendedores cresce 67,83% em Ribeirão Preto

Empreendedorismo é alternativa contra a crise econômica e uma maneira de voltar ao mercado de trabalho

A Cidade On

A crise dos últimos anos deixou mais de 14 milhões de brasileiros desempregados. Neste contexto, muitas pessoas enxergaram no empreendedorismo a saída para voltar ao mercado de trabalho. 

Prova disso é que de 2014 para cá - quando o Brasil mergulhou em uma recessão Ribeirão Preto teve um aumento de 67,83% no número de Microempreendedores Individuais (MEIs) - confira o infográfico. 

"Podemos notar que o grande impacto nos números de MEIs tem relação direta com as pessoas que perderam seus empregos e tiveram que arrumar uma forma de garantir algum tipo de renda", afirma Iroá Arantes, gerente regional do Sebrae Ribeirão. "Assim, é possível ver um grande crescimento em um curto espaço de tempo, porque as pessoas passaram a empreender", comenta. 

Este é o caso da publicitária e artesã Kerem Barrocal, de 26 anos, que trabalhava em uma editora, na área de ilustração. "Em 2015, fecharam o setor em que eu atuava. Então, me vi desempregada e sem saber o que fazer", conta. 

Como sempre gostou de artesanato, Kerem resolveu investir na área. E, junto a uma amiga, criou a marca Maria Kriadeira. Mas, a princípio trabalhavam informalmente. "Até que o negócio começou a dar certo e decidimos nos formalizar e abrir o MEI", diz. 

Pouco tempo depois, a sócia deixou o negócio e Kerem seguiu sozinha. "Hoje, tenho meu ateliê em casa e a certeza de que a formalização foi muito vantajosa, por conta dos benefícios", afirma. "Agora, por exemplo, estou grávida e terei direito à licença-maternidade", reforça. 

Além disso, a artesã cita a importância de poder contribuir com o INSS.

Faturamento 

Segundo Iroá, outro ponto importante que estimulará ainda mais a formalização é o aumento do limite de faturamento. "Isso porque, neste ano, a categoria passou a ter um limite de faturamento maior, passando de R$ 60 mil para R$ 81 mil ao ano", explica. "Assim, aqueles que se desenquadrariam do MEI por ultrapassarem o faturamento poderão continuar na categoria", completa. 

Mas, antes de se arriscar abrindo seu próprio negócio, é preciso tomar alguns cuidados.

Empresária foi surpreendida

A empresária Cibele Almeida, de 27 anos, não conhecia em profundidade o MEI e foi surpreendida negativamente ao se formalizar. Cibele era funcionária terceirizada de um banco e aos finais de semana prestava serviço de recreação infantil. 

"Como, aos poucos, o banco foi desligando os terceirizados e eu sabia que seria mandada embora, resolvi investir no meu negócio e abri o MEI", conta. 

Ao ser demitida, ela deu entrada no seguro desemprego e recebeu a primeira parcela. "Mas, quando fui sacar a segunda parcela, fui informada que o benefício tinha sido cancelado, pois não teria direito a recebê-lo por ser MEI", lembra. "Levei um enorme susto, porque não sabia disso e estava contando com este dinheiro", completa. 

Apesar do susto, Cibele não se abateu e usou o dinheiro da rescisão para impulsionar sua empresa de entretenimento infantil. E deu certo. 

"Ao me formalizar comecei a emitir notas e, assim, passei a atender empresas, o que impulsionou meu trabalho", conta. "Hoje, sou muito feliz em ser MEI", finaliza. 

Apoio do sebrae 

Em Ribeirão Preto, a Sala do Empreendedor e o Sebrae prestam atendimento ao MEI. "Estes são os lugares onde as pessoas podem procurar para buscar informações ou tirar dúvidas sobre a modalidade", explica Iroá Arantes. A Sala do Empreendedor fica na rua Laguna, 1.246, no Jardim Paulistano. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, com retirada de senha até às 14h. Já o Sebrae está localizado na rua Inácio Luíz Pinto, 280, no Alto da Boa Vista. O telefone é 3602-7720.