24/05/16 14h30

Em 20 anos, Brasil se tornou líder mundial em tecnologia de luz síncrotron

Protec

No fim da década de 1980, uma equipe de físicos, engenheiros e pesquisadores brasileiros acompanhava a primeira volta de elétrons no acelerador criado para ser a primeira fonte de luz síncrotron do país. Sua construção, entre 1987 e 1997, colocou o Brasil na era da Big Science. Vite anos depois, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) está perto de concluir outro megaprojeto, o Sirius, que vai colocar o país na liderança mundial de luz síncrotron de quarta geração.

"É muito empolgante observar que, em um intervalo de apenas 20 anos, o Brasil saiu de uma situação em que estávamos iniciando as primeiras atividades na geração da luz síncrotron - após sair em 1987 da estaca zero na área de tecnologia de luz síncrotron quando o projeto de construção do LNLS teve início - para hoje termos um projeto que é liderança mundial nesta área. Podemos então dizer que o Brasil saiu da estaca zero e estará no estado da arte mundial na tecnologia de luz síncrotron", afirmou o diretor do LNLS e coordenador do projeto, Antonio Roque.

Segundo Roque, a construção do acelerador permitiu uma série de conquistas para a comunidade científica, como a formação de pesquisadores capazes de utilizar uma ferramenta tão sofisticada como a luz síncrotron e a ampliação das estações experimentais, chamadas de linhas de luz, que passaram de sete para 18.

A fonte de luz síncrotron pode ser comparada a um grande microscópio para análise de diferentes materiais, como metais e células humanas. Até hoje, o acelerador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é o único da América Latina.

"Consideramos também uma grande conquista o fato de estarmos até hoje operando a nossa fonte de luz com alta qualidade e alto índice de confiabilidade para os nossos usuários-pesquisadores, e de recebermos muitas pesquisas que estão na fronteira do conhecimento. Podemos dizer que o coroamento dessas conquistas será o Sirius, que está sendo construído com tecnologia 100% nacional, e que será um dos síncrotrons de maior brilho no mundo, sendo um dos primeiros da chamada 4ª geração", disse o diretor do LNLS.