07/01/11 10h34

Em 15 dias, Brasil ganha duas máquinas de ponta

Valor Econômico

Em um espaço de apenas quinze dias, dois novos supercomputadores começaram a funcionar no país: um no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outro na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Cenap) da Unicamp estreou ontem seu novo supercomputador. O equipamento custou US$ 1,35 milhão e foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Com capacidade de 42 teraflops - capaz de fazer 42 trilhões de cálculos por segundo - o equipamento é 25 vezes mais potente que o primeiro, adquirido em 2004. O supercomputador dispõe de 1.280 núcleos de processadores e seis unidades de processamento gráfico. De acordo com o coordenador do Cenapad, Edison Zacarias da Silva, o primeiro supercomputador permitiu, em seis anos, a realização de 400 projetos de pesquisa nas áreas de química, física, engenharia e biologia. "Já existem 120 projetos de pesquisa em andamento e 271 usuários na lista de espera aguardando para estrear o supercomputador", afirma.

Na semana passada, o Inpe também inaugurou seu segundo supercomputador, o Tupã, adquirido por R$ 50 milhões (US$ 29,4 milhões), com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O equipamento é capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo e, por seu desempenho, foi incluído pela organização americana Top 500 no ranking dos 500 supercomputadores mais potentes do mundo, que é atualizado semestralmente. Na edição de novembro de 2010 do ranking, o Tupã ocupava a 29ª posição na lista. Também foi incluído no ranking, em 116º lugar, o supercomputador do Núcleo de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).

Com 7.200 processadores, o equipamento tem capacidade total de 64,63 teraflops e custou R$ 9,5 milhões (US$ 5,6 milhões), financiados pelo Fundo de Participação Especial da Petrobras/ANP. Ele faz parte da Rede Galileu, da Petrobras, que possui cinco máquinas distribuídas em universidades e interligadas, totalizando uma capacidade de 160 teraflops.

De acordo com o levantamento da Top 500, Estados Unidos e China são os países com maior número de supercomputadores robustos, com 274 e 41 unidades, respectivamente. Entre os BRIC, o Brasil é o último, com dois exemplares. A Rússia aparece com 11 equipamentos e a Índia, quatro. No Brasil, a única empresa com um supercomputador listada pelo Top 500 é a Petrobras. No mundo, 56% desses equipamentos estão nas mãos de companhias, seguidas de institutos de pesquisa (22%) e universidades (16%).