25/07/23 15h37

Eletrificação da frota deve movimentar R$ 2,2 trilhões para setor fotovoltaico

Estudo prevê adição de 540 gigawattts em sistemas alimentados pela energia solar até 2050

Automotive Business

Um estudo desenvolvido pelo Portal Solar indica que a demanda extra por energia elétrica decorrente da eletrificação dos veículos deve movimentar o mercado nacional de energia solar em R$ 2,2 trilhões até 2050. O relatório aponta que a energia solar pode ter um papel relevante, dada a necessidade de uma adição de 540 gigawatts em sistemas fotovoltaicos.

O estudo foi feito a partir de cruzamento de dados oficiais e projeções de entidades setoriais, órgãos de governo e também de institutos internacionais. As informações apontam para queda dos preços de equipamentos fotovoltaicos, melhora na geração por metro quadrado das placas solares e projetos de instalação rápida e custo reduzido na geração descentralizada (fora da rede pública). Estes são fatores que permitem a disseminação de uso dessa fonte alternativa.

“Em razão de exigências ambientais, custos de investimento e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo, a energia solar fotovoltaica se posiciona como a tecnologia mais viável para atender a esse crescimento de demanda”, estima o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.

O executivo lembra que diversos fatores em conjunto fizeram com que o mercado de energia solar crescesse 36 mil vezes no Brasil entre 2012 e 2023, passando de 8 megawatts para quase 30 gigawatts de capacidade instalada, colocando a fonte solar fotovoltaica como a segunda maior da matriz elétrica, atrás apenas da hídrica, com aproximadamente 110 gigawatts.

“A resolução normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que criou o mercado de geração distribuída, abriu o caminho para que combinação entre a inflação das tarifas de energia e a redução de custos dos equipamentos fotovoltaicos catapultassem o crescimento da energia solar no País”, explica Meyer.

Há também o avanço tecnológico do mercado internacional. Conforme dados da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), o preço dos painéis solares caiu 90% no mercado global entre 2010 e 2019. Na última década, esses equipamentos também passaram a gerar 80% mais energia por metro quadrado. Paralelamente, a tarifa média da classe residencial cresceu muito no Brasil, de R$ 284,67 o megawatt/hora para R$ 632,62 MW/h entre 2013 e 2022 (alta superior a 120%).

Frota brasileira de veículos eletrificados consumiria 5 Itaipus

O estudo do Portal Solar aponta que a transição de motores a combustão por elétricos na frota circulante atual (59,9 milhões de veículos, segundo o Sindipeças) traria uma demanda adicional de 403 terawatts-hora/ano (TWh/ano). Esse volume se aproxima da capacidade total de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) e exigiria o equivalente a cinco novas hidrelétricas de Itaipu.

“Uma vez que todos os grandes fabricantes estão colocando em prática a migração de suas linhas de produção para veículos elétricos, a transição da frota se torna iminente no mundo, incluindo no Brasil”, diz o CEO do Portal Solar. A venda de veículos eletrificados no Brasil (os 100% elétricos mais os híbridos) cresceu 57,8% no primeiro semestre, mas o número total desde o início das vendas (2012) é próximo a 140 mil unidades apenas.

“Embora ainda pequeno, esse mercado tem uma curva de crescimento semelhante àquela registrada em revoluções tecnológicas anteriores, como nos mercados de chips, internet, smartphones e painéis solares”, afirma Meyer.

 

Fonte: https://www.automotivebusiness.com.br/pt/posts/mobility-now/eletrificacao-da-frota-deve-movimentar-r-22-trilhoes-para-setor-fotovoltaico/