17/09/09 09h55

Eike Batista planeja investir US$ 10,3 bi no Brasil até 2012

Valor Econômico

Convicto do fim da crise econômica global e da ascensão da China como motor de crescimento do mundo, o empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX, acelera projetos e negócios de olho na recuperação dos mercados de commodities e energia, incluindo o pré-sal. Batista programa investir US$ 10,3 bilhões de 2009 a 2012 em suas cinco empresas - MMX, de mineração; LLX, logística; MPX, energia; OGX de petróleo e gás; e a recém-criada OSX, um estaleiro em Santa Catarina. Só em sondagens de 52 poços exploratórios de petróleo serão gastos US$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos, de um total de US$ 4 bilhões a serem aportados na OGX até 2012, disse o empresário em entrevista ao Valor, adiantando que espera fechar até novembro a venda de participações minoritárias da MMX para chineses da siderúrgica Wuhan.

O empresário disse que está "megacapitalizado" para tocar os empreendimentos. A companhia conta com US$ 9,2 bilhões em caixa, sendo US$ 6,2 bilhões das quatro empresas de capital aberto e US$ 3 bilhões da holding EBX. E informou que ainda pode contar com captação de recursos do BNDES, que já é sócio minoritário da LLX. Também tem oferta de empréstimos do Chinese Development Bank (CDB), instituição financeira que, segundo revelou Batista, tem planos de abrir ainda este ano um escritório no Rio. Outra fonte de dinheiro para o grupo EBX é a bolsa de valores.

No universo de negócios da EBX, Batista prefere não eleger um foco de atuação definido, mas não esconde que mira o mercado de petróleo e gás, pois antevê que ele será impulsionado nos próximos anos pelo pré-sal brasileiro. A perspectiva favorável levou Batista a partir para a construção do estaleiro. A OSX deve contar com transferência de tecnologia da coreana Hyundai, que pode vir a ser sócia minoritária do OSX com 10%, como adiantou Batista. As negociações estão em curso. Os coreanos dominam a tecnologia de construção naval no mundo.

Na MMX Mineração e Metálicos S.A, mineradora do grupo, o plano é aplicar US$ 1,03 bilhão para expandir a produção da MMX Sudeste dos atuais 8,7 milhões de toneladas para 33,7 milhões de toneladas de minério de ferro até 2013. Mas, a expectativa maior no curto prazo é fechar até novembro a venda de 9% da MMX Mineração e Metálicos S/A e 23% da MMX Sudeste (subsidiária), envolvendo US$ 400 milhões.

Na logística, onde atua a LLX Açu e LLX Sudeste, a programação é gastar US$ 740 milhões na implantação do porto do Sudeste, em Itaguaí, e US$ 1,6 bilhão em Porto Açu. Eike Batista aposta que o porto do Sudeste, que será a saída logística do minério de ferro da MMXSudeste, poderá levar a uma unificação destas duas empresas (MMX e LLXSudeste). A empresa de energia do grupo EBX, a MPX, vai contar com mais de US$ 2 bilhões para colocar em operação as térmicas de Itaqui e Pecém II em 2011 e 2012. As três térmicas do grupo (incluindo Pecém I) vão ter potência estimada em 1,4 mil MW. O plano de Batista é abastecê-las com carvão térmico das minas que adquiriu na região de La Guajira, na Colômbia.