21/06/12 14h19

Ecorodovias compra terminal por R$ 1,3 bilhão

Brasil Econômico

Com a aquisição do Tecondi, no Porto de Santos, concessionária de rodovias dá mais um passo para se transformar num grupo de logística

A Ecorodovias dá mais um passo para se transformar em um operador logístico. Nesta semana, a empresa concluiu a compra do Complexo Tecondi, constituído pelos terminais de contêineres Termolog, Tecondi e Temares, no Porto de Santos. A companhia aplicou R$ 1,3 bilhão na aquisição e prevê investir mais R$ 130 milhões em dois anos nas instalações.

Os recursos, de acordo com o diretor de finanças e de relações com investidores da companhia, Marcelo Guidotti, serão usados na aquisição de equipamentos para aumentar a produtividade do terminal. “Hoje, temos espaço para movimentar mais contêineres, mas nossa produtividade é inferior aos terminais administrados por outras empresas em Santos por falta de equipamentos”, disse o executivo. O Tecondi movimentou no ano passado 311 mil contêineres e a capacidade instalada do terminal é de 524 mil unidades. Em dois anos, com os investimentos concluídos, o Tecondi poderá movimentar 650 mil contêineres por ano.

Agora, conforme Guidotti, a Ecorodovias vai iniciar o processo de sinergia com os outros ativos da companhia. “Além de uma integração da administração, a ideia é unir o terminal às operações da Ecolog [braço de logística da companhia] no entorno do Porto de Santos.” A empresa detém uma retroárea de 1,2 mil metros quadrados em um raio de 200 quilômetros do porto. Nessa plataforma logística, a Ecorodovias gerencia a estocagem e o carregamento e o descarregamento de contêineres. “Vamos ter uma solução mais completa para oferecer ao cliente”, ressaltou Guidotti.

Novas aquisições
Atualmente, a área de logística representa 14% do faturamento do grupo. Com a compra do Tecondi essa fatia vai passar para 35% já este ano. No primeiro trimestre deste ano, a Ecorodovias obteve uma receita de R$ 475,6 milhões. “Nosso plano é replicar esse modelo instalado em Santos nos outros portos que temos acesso por meio de nossas concessionárias de rodovias. Entre eles, o porto de Paranaguá, no Paraná”, explicou Guidotti.

Segundo ele, a companhia já estuda a compra de ativos no porto ou espaços para construção de terminais. “Em cinco a seis anos, a ideia é que a área de logística represente 50% do faturamento. Mas, os investimentos em rodovias devem continuar.” Para o professor de logística da Fundação Getulio Vargas (FGV)/IBS, José Alex Oliva, o movimento da Ecorodovias vai ao encontro das perspectivas do setor. “Os investimentos em logística estão despontando no país, e como ela já detém ativos de transporte é natural que ela se consolide como uma empresa de logística por excelência, com o domínio de todas as fases do processo. Dessa forma ela agrega valor aos seus ativos”.

Além das apostas na área de logística, a Ecorodovias também deve participar da segunda rodada de concessão de aeroportos do país. “São ativos que devem complementar o nosso portfólio de serviços”, disse Guidotti. A Ecorodovias participou do primeiro leilão de aeroportos em fevereiro. Ela ofereceu um lance de R$ 12,8 bilhões pelo aeroporto de Guarulhos. O esforço, no entanto, não deu resultado. A empresa perdeu o leilão para a Invepar, que tem como sócios fundos de pensão Funcef, Previ e Petros.