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Economia mantém ritmo de expansão no 3º trimestre

Folha de S. Paulo - 12/09/2007

A expansão do crédito, da massa salarial e dos investimentos em bens de capital mantém a economia aquecida neste terceiro trimestre, após o forte segundo trimestre. Empresários e economistas informam que em julho, agosto e neste mês a produção industrial e o consumo continuam crescendo em relação a igual período de 2006 e sobre o segundo trimestre deste ano. Mais: a alta da inflação e a crise imobiliária nos EUA podem ter impacto na economia, mas não será de forma acentuada e deve ocorrer mais em 2008. O consumo de energia elétrica, o fluxo de veículos nas estradas, a produção de veículos e as vendas no comércio -alguns dos indicadores do ritmo de atividade do país- continuam crescendo em julho e agosto. A produção industrial caiu 0,4% em julho em relação a junho, após nove meses de alta consecutiva, segundo o IBGE. Empresários e economistas consideram, porém, que essa foi "uma parada para ajustes" de estoques, não sinal de retração da atividade do setor. "A indústria continua dinâmica, puxada pela demanda do mercado interno", diz Edgard Pereira, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que prevê que a indústria cresça entre 5% e 5,5% neste ano. A indústria paulista opera neste trimestre num ritmo semelhante ao de abril, maio e junho, puxada principalmente pelo setor automobilístico. Levantamento da Fiesp (federação das indústrias) mostra que, de janeiro a julho, o setor de máquinas e equipamentos e de transporte cresceu 11,7% em relação a igual período de 2006. O de minerais não-metálicos cresceu 8,3%; o de produtos químicos, petroquímicos e farmacêuticos, 6,4%; o de celulose e papel, 4,2%; o de têxteis, 4,3% e o de alimentos e bebidas, 3%. Automação industrial e equipamento industrial são as áreas que esperam maior aumento. Para 2007, o setor prevê alta nominal de 12% no faturamento. Em expansão desde 2004, a indústria da construção civil deve manter o desempenho positivo em agosto e setembro. A previsão é encerrar o ano com crescimento de 7,9%. Impulsionada pelo aumento do consumo, principalmente nas faixas de menor renda, a indústria de alimentos estima crescer mais neste trimestre. A massa salarial cresceu 5,7% nos últimos 12 meses terminados em julho. O estoque de crédito para pessoa física atingiu R$ 279 bilhões (US$ 142,8 bilhões) em julho, valor 28% maior do que o de junho. Para Silveira, a alta de inflação e a crise imobiliária nos EUA podem ter pequeno impacto na economia em 2008: "O PIB brasileiro, que poderia crescer 5% em 2008, pode crescer 4,5%, principalmente porque os preços das commodities podem cair com o comércio internacional crescendo menos."