28/02/13 15h21

Economia de SP cresceu 1,3% em 2012, aponta Seade

Valor Econômico

O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo encerrou 2012 com R$ 1,4 trilhões, alta de 1,3% sobre 2011, segundo dados que serão divulgados hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No quarto trimestre, a variação foi de 1% sobre o trimestre anterior, na série com ajuste sazonal.

Embora a taxa anual seja a mais baixa desde 2009, quando a economia do Estado teve retração de 0,8%, a variação está acima das estimativas de PIB nacional em 2012, que estão em 0,9% segundo a média das expectativas colhidas pelo Valor Data. É o oposto do que aconteceu um ano antes: em 2011, enquanto o país crescia 2,7%, a variação do PIB paulista ficou ligeiramente abaixo, com alta de 2,2%.

Para o gerente da área de indicadores econômicos da Fundação Seade, Vagner Bessa, a explicação para o resultado fraco no ano passa necessariamente pelo perfil diferenciado da indústria paulista. "A indústria de transformação tem maior peso para São Paulo que para o resto do país, que produz e exporta principalmente commodities, puxadas pela China", explica Bessa. Já São Paulo, sede de 43% da indústria de transformação nacional, possui uma pauta que inclui produtos como automóveis, aviões e equipamentos médicos e é distribuída principalmente a países mais desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa, além do mercado interno.

"Dessa forma, políticas de estímulos, como juros mais baixos ou desonerações, acabam fortalecendo especialmente São Paulo", explica Bessa. "Além disso, quando outras regiões investem, também fortalece a indústria de máquinas e equipamentos", diz, lembrando que quase 60% das fábricas deste setor estão no Estado.

É justamente esse perfil mais tecnológico da indústria paulista uma das principais razões apontadas por Bessi para o PIB fraco com que o Estado fecha 2012 - o setor, sozinho, teve queda de 1,9% no ano. "É um setor para o qual o investimento é estratégico, e que foi fraco, e que exporta principalmente para os mercados desenvolvidos, que tiveram um ano ruim. Então acabou sofrendo com estas duas coisas."

Por outro lado, é ele mesmo que puxa a recuperação assistida no quarto trimestre: enquanto o PIB total de São Paulo cresceu 1% sobre o terceiro trimestre, a indústria cresceu 1,7%, puxada justamente pela leve melhora tanto dos investimentos internos quanto da situação externa.

No ano, a alta foi garantida pelo setor de serviços, que representa cerca de 70% da economia do Estado e cresceu 2,2%, e da agropecuária, com 1,4%. Nos três últimos meses do ano, comparados ao trimestre anterior, estes setores variaram 0,5% e -4%, respectivamente.