12/03/10 10h59

Economia começa o ano em ritmo forte

Folha de S. Paulo

Alguns setores da economia começam 2010 em "ritmo chinês". Em janeiro, a produção industrial cresceu 16% ante igual período do ano passado. E, em fevereiro, o consumo de energia subiu 12,1%; a produção de carros, 23,9%, e o fluxo de caminhões nas estradas, 11,9% ante igual mês de 2009. É fato que a comparação é com um período em que o país estava sob forte influência da crise mundial. Mas essas taxas de crescimento são tão altas que permitem aos economistas prever forte expansão da economia para este ano.

O dinamismo da economia é verificado ainda nas pesquisas de confiança de empresários e de consumidores, nas vendas do comércio e no uso da capacidade instalada das fábricas, que chegou a 84% em fevereiro deste ano, o nível mais alto desde outubro de 2008. É resultado, segundo economistas, da queda dos juros, da expansão da oferta de crédito e de prazos de financiamento para pessoas físicas e jurídicas.

Somam-se a isso a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para eletrodomésticos, carros, móveis e material de construção. Este é também ano de Copa do Mundo e de eleições, quando o governo gasta mais e, com isso, aumenta a demanda de setores da economia. "O conjunto de medidas adotadas no ano passado permitiu que a economia retomasse o ritmo de atividade no segundo semestre e entrasse em 2010 com velocidade forte de crescimento", afirma Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.

O crescimento do PIB no quarto trimestre de 2009 (de 2% ante o terceiro trimestre de 2009 e de 4,3% ante o quarto trimestre de 2008) mostra, segundo Silveira, a recuperação da economia, puxada pela indústria e pelo setor de serviços. "Essa inércia vai ser transferida para este primeiro trimestre." Se não houver agravamento da crise externa, o país reúne hoje todas as condições para ter bom desempenho econômico neste ano, segundo economistas ouvidos pela Folha.

A produção industrial, segundo estimativa de economistas, deve crescer entre 6,5% e 7% neste ano, depois de cair 7,4% no ano passado. As vendas no comércio devem subir 8,5% neste ano (no ano passado cresceram 5,9%), e o PIB, 5%, após cair 0,2% em 2009. O que deve puxar o crescimento da economia neste primeiro trimestre são, principalmente, a indústria, o setor de serviços e o da construção civil.