04/04/07 15h53

Economia avança em ritmo acelerado

Folha de S. Paulo - 04/04/2007

A economia brasileira está crescendo em ritmo bastante acelerado. Todos os indicadores apontam nesta direção nestes três primeiros meses. Desde a produção de tratores até a venda de veículos, os sinais são de que o país cresce a um ritmo muito elevado. O economista Octavio de Barros, diretor de pesquisa macroeconômica do Bradesco, é uma das pessoas que mais medem o pulso da economia. Diante dos dados desse início do ano, ele não descarta a possibilidade de o Brasil crescer 5% em 2007. Por enquanto, ele mantém a previsão de 4,5%. O economista discorda da opinião de muitos de que o país esteja sofrendo um processo de desindustrialização. Sua tese é de que a indústria está até se fortalecendo. "Estão confundindo adaptação competitiva com desindustrialização", diz. O que está acontecendo no país, segundo Octavio de Barros, é uma mudança de paradigma. O Brasil, a seu ver, está na ante-sala de uma mudança estrutural positiva que garantirá taxas de crescimento mais altas do que a média dos últimos três anos, que foi de 4,11%. De acordo com Octavio de Barros, em uma economia dinâmica como a brasileira não se pode subestimar os efeitos da baixa volatilidade do PIB, da inflação solidamente baixa, do menor custo do capital, da melhor solvência e das melhoras institucionais e sociais sobre o processo de decisão das famílias e das empresas. "As empresas brasileiras são melhores, mais criativas e flexíveis do que seus pares em outros emergentes e estamos ingressando em um ciclo de investimentos muito importante no Brasil", diz Barros. O economista concorda que, em alguns setores, esse processo de adaptação seja mais complexo e difícil, mas ele acha que, de forma geral, a cada dia a indústria brasileira fica mais forte e amadurecida estrategicamente. Ele diz que não vê, há muito tempo, um apetite tão grande do empresário por tomada de risco.