Eaton vai focar em maior produtividade e em tecnologia
Valor Econômico - 06/04/2009
O presidente da Eaton Corporation, Alexander M. Cutler, disse que os negócios da companhia no Brasil, no segmento automotivo, não foram afetados pela crise mundial, por conta dos incentivos fiscais do governo. As exportações, por outro lado, registraram uma queda expressiva, mas o executivo preferiu não revelar os números. Segundo Cutler, que esteve no Brasil semana passada, especialmente para avaliar a dimensão dos impactos da crise nas operações da Eaton no país, com exceção do setor automotivo, a companhia prevê uma retração de 10% nas vendas em 2009.
A Eaton é líder global em tecnologia de componentes elétricos e sistemas de gerenciamento de energia. Os investimentos no Brasil e mundo, segundo Cutler, estarão concentrados em novas tecnologias, que atualmente representam 3% das vendas totais do grupo, que em 2008 somaram US$ 15,4 bilhões. A Eaton, segundo ele, também prevê expansão contínua de suas operações no mundo por meio de aquisições, que nos últimos sete anos foram 48. Em 2008, concluiu seis aquisições e uma joint venture, focadas nos setores elétrico, aeroespacial e hidráulico. Nos últimos cinco anos, segundo o executivo, as operações da Eaton na América Latina vinham registrando crescimento médio anual de 23% ao ano, alcançando vendas totais de US$ 1,4 bilhão em 2008. Além do Brasil, a Eaton está presente no México e Argentina. No Brasil, tem fábricas no Rio de Janeiro, Campinas, São Paulo, Guarulhos, Guaratinguetá, Valinhos, Mogi Mirim e Caxias do Sul. A divisão automotiva fica concentrada em São José dos Campos e produz válvulas de admissão e escape para motores de combustão interna de carros de passeio, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e maquinarias off-road. Outro foco de atuação é a área de sistemas de gerenciamento de energia limpa, eficiente e econômica. "No setor automotivo usamos esse sistema para reduzir o consumo de combustível e na divisão elétrica para diminuir o consumo de energia". No setor aeroespacial, com vendas de US$ 1,8 bilhão, a Embraer é a grande cliente. Fornece sistemas hidráulicos, elétricos e de controle, via as unidades da Europa e América do Norte.