21/03/11 11h42

É preciso aproveitar o momento e valorizar a produção nacional, diz Riccó

O Estado de S. Paulo

Aos 32 anos, Fabio José Riccó tem pela frente um grande desafio: comandar a empresa de móveis para escritório com o maior faturamento do Brasil, sem deixar que as inovações necessárias para vencer nesse mercado descaracterizem a marca, criada em 1875 por um tataravô italiano. Bem humorado, o empresário contou ao portal Economia & Negócios que se sente preparado para a empreitada. "Quando eu tinha quinze anos meu pai começou a me levar em viagens para visitar feiras e conhecer fornecedores. Acho que ele tentou me fisgar mostrando o lado mais divertido da coisa.", diz Riccó, que trabalhou também na fábrica e na área comercial antes de assumir a direção da empresa.

Ao lado do pai, Fabio Paulo Riccó, o empresário também viveu momentos difíceis, como o incêndio que, em 2010, destruiu boa parte da fabrica instalada na região norte de São Paulo. "O episódio foi traumatizante, mas serviu como lição. Foi praticamente um MBA forçado, já que tivemos que quebrar a cabeça para achar um jeito de retomar a produção rapidamente. Era sábado e os funcionários correram para lá e ajudaram muito, demonstrando um grande comprometimento com a empresa."

Outra fase complicada, segundo Riccó, foi a crise recente, que se aprofundou em 2008 e deixou a maior parte das empresas sem dinheiro para investir em móveis para escritório. "A solução foi usar a criatividade e apostar em estratégias diferentes. Começamos a alugar nossos móveis para multinacionais e tivemos um excelente resultado. Hoje esse negócio representa 15% de nosso faturamento," explica o empresário, que também apostou em licitações públicas para atravessar o período. Com isso, conseguiu manter o ritmo de crescimento da empresa em mais de 40% ao ano desde 2006, apesar das turbulências no mercado internacional.  Hoje, além de 11 lojas próprias, a Riccó também tem 4 pontos de vendas franqueados. "A adoção do sistema de franquias foi uma maneira de escoar a nossa produção em cidades onde não tínhamos equipe de vendas."

Animado com a economia brasileira, Riccó diz que, pela primeira vez, a empresa está fazendo um investimento maior em mídia. "O retorno com a propaganda nos jornais e na internet já está aparecendo." A parceria com uma grande empresa estrangeira também deve impulsionar o posicionamento da marca no mercado nos próximos meses. "Grandes empresas de móveis para escritório estão voltando os olhos para o Brasil, que está passando por um bom momento. Mas só fechamos este negócio depois que eles toparam produzir aqui no Brasil." Segundo Riccó, "é preciso aproveitar que o país está sob os holofotes do mundo inteiro para valorizar a produção nacional."