08/06/11 11h21

Duratex duplica produção de pisos para conquistar classe C

DCI

A Duratex inicia este mês a operação de uma nova linha de pisos laminados que elevará a capacidade produtiva da empresa dos atuais cinco milhões de metros quadrados para 12 milhões de metros quadrados ao ano desse tipo de produto. O investimento da empresa na nova capacidade foi de R$ 30 milhões (US$ 18,8 milhões) e viabilizou o aumento da abrangência de atuação da companhia em direção à classe C, com produto cujo custo de aquisição deve ser de cerca de 40% do valor da mais tradicional linha da empresa no mercado, direcionada à classe A.

De acordo com o diretor Comercial da Duratex, Alexandre Coelho, a empresa estava com a fábrica de laminados, localizada em Agudos (SP), operando com a capacidade máxima instalada e havia um gargalo nesse segmento em função do crescimento do mercado brasileiro, que está na casa de 20%. A empresa, para manter sua participação de mercado na casa de 45%, segundo as contas do executivo, decidiu ampliar a unidade, o que daria fôlego para a empresa acompanhar esse índice de expansão.

"Com essa duplicação estamos indo em busca de novos consumidores que surgiram nos últimos anos em função da grande mobilidade social que vimos da classe C", disse ele. "Nosso objetivo é conquistar uma parcela do mercado de revestimentos que é destinada ao piso cerâmico, que detém 80% de participação. Os laminados ainda estão com 2% e o setor pode abocanhar 4% do total em alguns anos", apontou.

Por enquanto, o executivo não estima qual é a participação de mercado que a empresa poderá conquistar com a expansão da fábrica, mas acredita que o crescimento de 2011 para este segmento seguirá a média do ano passado, ou seja, cerca de 20%. Se essa previsão se confirmar a Duratex poderá fechar o ano com vendas de 6 milhões de metros quadrados de pisos laminados em um mercado de 13 milhões de metros.

"Queremos crescer, mas não podemos passar uma meta por ser agressiva demais, isso porque os concorrentes baixam o preço no dia seguinte", brinca o executivo. "Nossa visão é de ampliar as vendas de toda a categoria em busca novos consumidores e tirar um pedacinho da supremacia que a cerâmica tem. Mercado para isso existe, nos Estados Unido, por exemplo, o laminado detém 12% das vendas e na Europa é de 18%", completou ele. No Brasil, o mercado de laminados é dominado por duas empresas: além da Duratex há também a Eucatex, que formam a Associação Brasileira do Piso Laminado de Alta Resistência (Abiplar).

Em uma breve análise, Coelho explica que as principais localidades de atuação da empresa ficarão mesmo no sudeste e no sul, as duas regiões de maior poder aquisitivo, assim como no centro-oeste. Já no norte e nordeste o executivo conforma-se como a segunda opção para a maior parte da população, que prefere a cerâmica como revestimento por causa do preço, "90% da demanda é de pisos a R$ 10 (US$ 6,25) o metro quadrado" e pelo clima quente, onde as pessoas o buscam como alternativa à sensação térmica.

Outra frente de atuação da empresa é a de tentar reduzir a entrada de produtos importados no Brasil, que hoje representa 15% das vendas de laminados. De acordo com Coelho, que era presidente da Abiplar, há produtos que chegam a preços muito baixos e que só podem ser combatidos com linhas de produtos de preços mais acessíveis à classe que a Duratex pretende abranger com a nova linha de produção.