26/03/08 11h32

Dura Automotive inova no Brasil para enfrentar países de baixo custo

Gazeta Mercantil - 26/03/2008

A Dura Automotive Systems, subsidiária brasileira da fabricante americana, tem conseguido acompanhar a rapidez das montadoras no lançamento de diferentes modelos de automóveis e ser competitiva com as fabricantes chinesas com o conceito verticalizado de produção. "Sem uma variedade de produtos em uma única fábrica fica difícil manter no Brasil uma empresa saudável, capaz de competir com países de baixo custo, como a China, Índia, México, Romênia e Eslováquia", disse à Gazeta Mercantil Mário Henrique Buttino, diretor presidente da Dura no Brasil. O sistema de verticalização é aplicado somente no Brasil. Nas demais filiais no mundo a Dura é especialista na produção de um único tipo de produto. No Brasil, a estratégia da Dura de fabricar multiprodutos tem trazido resultados positivos, com crescimento em vendas a uma taxa de 20% a 25% ao ano desde 2000. No mercado de cabos e shifters a empresa é líder no País, com 50% e 40% de market share respectivamente. Em 2007, diante do bom momento da indústria automobilística, a empresa obteve um faturamento bruto de R$ 230 milhões (US$ 131 milhões), quantia 10% superior a 2006. Para 2008, a estimativa é que a expansão seja de 15%, o que significa acrescentar R$ 40 milhões (US$ 23 milhões) a mais nos saldo financeiro com novos pedidos. Para atender o alto consumo de veículos no País, a Dura lançou no ano passado 34 produtos para 10 clientes, o que resultou em R$ 25 milhões (US$ 14 milhões) em novos negócios. Os destaques foram os shifters para a Renault, pedais para a Honda e shifters, cabos de comando e macacos para a Ford. Para dar suporte ao desenvolvimento dos componentes, a empresa investiu US$ 6,3 milhões (US$ 3,6 milhões) em novos maquinários, ferramental, instalações e layout. Só na aquisição de 10 prensas foram gastos R$ 2,5 milhões (US$ 1,4 milhões). Neste ano a empresa já tem programado o lançamento de 11 novos componentes que estão em produção, como os shifters para a Volkswagen e a Nissan; cabos de freios para a Bosch e General Motors e pedais para a Honda. Mas a empresa já trabalha no desenvolvimento de novos produtos que irão equipar os automóveis em 2010 e os investimentos a serem aplicados neste período totalizarão R$ 30 milhões (US$ 17 milhões). Em sua fábrica no Rio Grande da Serra, ABC paulista, a Dura mantém 95 células de produção que fabricam vários tipos de produtos. Para garantir o certificado de qualidade, que é listado por norma mundial, e obter destaque de várias montadoras no Brasil, a Dura mantém desde 1998 na fábrica brasileira o seu Centro de Engenharia equipado com laboratórios de qualidade e capacidade para criar, testar e validar os produtos fabricados no País. As demais unidades de criação ficam nos EUA, Alemanha, França e Índia. "Além de ganhar tempo com operações logísticas, conseguimos acelerar a produção e entregar as peças para as montadoras num prazo menor, sem ter que esperar a decisão final da matriz", conta o presidente da Dura.