25/02/08 12h04

Dulcini planeja ampliar sua liderança em açúcar líquido

Valor Econômico - 25/02/2008

A Dulcini, líder brasileira na produção de açúcar líquido, prepara-se para expandir seus negócios no país. Controlada pelo fundo europeu Circlet Investment, a companhia negocia parceiras com usinas da região centro-sul para ampliar a produção no mercado brasileiro. "Recebemos autorização do nosso board [conselho] para investirmos o que for preciso para aumentarmos nossa participação no Brasil", afirmou Júlio César Mascioli, diretor-superintendente da companhia, ao Valor. Com participação de cerca de 40% nesse nicho no país e faturamento anual de R$ 100 milhões (US$ 56,8 milhões), a Dulcini está em negociação com duas usinas para elevar seu recebimento de matéria-prima, e assim, elevar a oferta de açúcar líquido. Esse produto tem larga utilização nas indústrias de alimentos e bebidas - que respondem por mais de 85% de seu consumo - e também nas áreas farmacêutica, têxtil e de fundição. Controlada pelo fundo Circlet desde 2000, a Dulcini foi criada em 1998 pela Dedini Agro, adquirida em 2007 pelo grupo espanhol de energia Abengoa. Com os antigos controladores, resta somente a parceria comercial. "O fundo é 100% controlador da Dulcini. Temos um contrato de longo prazo com a Abengoa, que nos fornece o açúcar cristal para a produção do açúcar líquido", disse Mascioli. A Dulcini também terceiriza a industrialização do açúcar líquido nas unidades da Abengoa. O Brasil produz por ano cerca de 400 mil toneladas de açúcar líquido (equivalente ao produto seco), dos quais a Dulcini responde por cerca de 170 mil toneladas. "A produção deste tipo de açúcar responde por 6,5% do consumo total das indústrias de alimentos e bebidas do país", afirmou. A produção da empresa está concentrada em três segmentos: açúcar líquido, líquido invertido (com maior teor de açúcar) e xarope de caramelo. O consumo nacional de açúcar gira em torno de 12 milhões de toneladas/ano, segundo estimativas da Dulcini. "Deste total, 50% são consumidos pelas indústrias e outra metade é vendida no varejo". O potencial para a expansão do mercado de açúcar líquido é grande. Com estas futuras parcerias - em negociação e com os nomes das duas usinas mantidos em sigilo, a Dulcini deverá crescer 30% até 2012, estima Mascioli.