27/03/08 11h36

Dreyfus no mercado de suco pasteurizado

Gazeta Mercantil - 27/03/2008

A Louis Dreyfus (LD) Commodities anunciou ontem que investirá no Brasil R$ 550 milhões (US$ 312,5 milhões) em logística, capacidade industrial e ampliação de pomares de laranja entre 2008 e 2012. O foco é entrar no segmento de suco integral pasteurizado (NFC, na sigla em inglês) um produto cujo consumo cresce a taxas mundiais de 35%, justifica Kenneth Geld, presidente da empresa. No ano passado, a LD exportou 200 mil toneladas de suco de laranja concentrado. Entre 2008 e início de 2009, esse volume deve aumentar entre 10% e 15%, já com o acréscimo vindo do suco NFC. "Mas a meta da empresa é dobrar o volume de exportação de suco", diz Geld. Em outubro será inaugurado um terminal no porto de Santos com capacidade para movimentar 500 mil toneladas de suco, entre concentrado e NFC. "Queremos atingir esse volume até 2012", anuncia Henrique de Freitas, diretor-executivo da divisão de Citros, área cujo faturamento não é divulgado, mas que, entre todas as commodities agrícolas operadas pela empresa - soja, milho, laranja, café, algodão e cana-de-açúcar - é a que ocupa a 2ª posição. "Em faturamento, o citros só perde para soja nos nossos negócios. Em ativos industriais, também só fica atrás do açúcar", informa o presidente da empresa. Dos 550 milhões previstos para alavancar as exportações de suco de laranja, R$ 50 milhões (US$ 28,4 milhões) estão sendo aplicados na construção do terminal portuário e outros R$ 100 milhões (US$ 56,8 milhões) em ampliação de pomares. "Ao final de 2008 teremos 13 milhões de pés de laranja cultivados, ante os 10,5 milhões anteriores. Isso representa um terço da nossa necessidade", esclarece Geld. Outros R$ 20 milhões (US$ 11,4 milhões) estão sendo investidos na adaptação de fábricas que, inicialmente, terão capacidade para produção de 60 milhões de litros de suco pasteurizado por ano. A maior parte dos recursos - R$ 380 milhões (US$ 216 milhões) - será aplicada em tancagem em navios, armazenagem e transporte. "O suco NFC não passa pelo processo de concentração. Assim, a necessidade em volume de armazenagem e recursos logísticos são 5,5 vezes maiores do que as do suco concentrado", detalha Geld. LD Commodities tem capacidade global de processamento de mais de 90 milhões de caixas de laranja por ano. No Brasil, a empresa faturou em 2007 US$ 2,5 bilhões, valor que deve subir para US$ 3 bilhões em 2008. O mercado europeu é o principal comprador com 70% do que o Brasil exportou de NFC. Esse suco pasteurizado representa 10% do processamento de laranja no País.