DP World vai aumentar capacidade de terminal no Porto de Santos
Empresa investe R$ 200 milhões em obras, com previsão de um salto na movimentação de contêineres na Margem Esquerda
A TribunaO investimento em infraestrutura é o foco da DP World na Margem Esquerda do Porto de Santos, onde está instalada há uma década. Serão R$ 200 milhões destinados às obras de ampliação e modernização para aumento da capacidade de movimentação anual - de 1,2 milhão de TEU (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) para 1,4 milhão de TEU - e expansão do cais - que sairá de 1,1 mil metros para 1.290 metros, sendo 150 metros para o lado oeste e 40 metros para o leste. A previsão de conclusão das obras é em 2024.
“Em uma década de operações, temos muitas conquistas a celebrar no Brasil. Recentemente anunciamos uma nova expansão que reflete a posição do Porto de Santos como uma importante artéria de transporte e logística na região”, afirma o diretor-presidente da DP World, Fabio Siccherino.
O executivo explica que a localização da empresa é uma grande vantagem – com área excedente e acesso ferroviário – para expandir a capacidade e explorar a multimodalidade.
“Isso nos dá flexibilidade para desenvolver novos projetos que darão suporte à nossa estratégia de diversificação de cargas, e logística end-to-end para atender os setores da economia nacional e posicionar os produtos brasileiros para serem mais competitivos no mercado global”, afirma Siccherino.
O terminal de Santos iniciou as operações com contêineres e carga geral em um cais de 653 metros e capacidade para 1,2 milhão de TEU. Com o passar dos anos, teve sua estratégia de diversificação iniciada e, em 2020, deu um grande passo ao inaugurar um complexo para movimentação de celulose, o da Suzano. Para a operação, ampliou seu cais, que atingiu 1,1 mil metros, além de construir um armazém de 35 mil metros quadrados, integrado a uma pera ferroviária de mais de 4 mil metros.
Ao longo desses 10 anos, foram operados mais de 5,2 mil navios entre operações de contêiner, celulose e cargas break bulk (não contentorizadas, de grandes dimensões e pesos); mais de 7,4 milhões de TEU; mais de 9,5 milhões de toneladas de fardos de celulose; mais de 123 mil TEU de cargas crosdocking (sistema que visa eliminar ou reduzir ao máximo a etapa de estocagem); e mais de 4 milhões de transações de gate. Mais de R$ 3 bilhões foram investidos no País nesse período, enquanto o número de funcionários cresceu 248%.
Eletrificação
Outra novidade recente é que o terminal iniciou a eletrificação de seus RTGs (guindaste utilizado para movimentação de contêineres).
O projeto prevê a adaptação de 22 equipamentos, que funcionam à base de diesel. Cinco serão adaptados ainda neste ano e o restante em 2024. Com a mudança, o consumo de diesel do terminal será reduzido em até 60%. Atualmente, novos equipamentos adquiridos já são alimentados por energia renovável.
“Além da diminuição do consumo de diesel, vai haver melhorias em custo de manutenção, por exemplo. Tudo isso faz parte do projeto de descarbonização”, completa Siccherino.
Globalmente, o Grupo DP World está investindo mais de US$ 500 milhões para reduzir 700 mil toneladas de carbono em cinco anos. “A meta é chegarmos ao carbono neutro em 2040 e ao zero, em 2050”.