23/09/09 10h36

Dow fortalece presença em tintas

Valor Econômico

É um "paper" com dados de pesquisa em laboratório, mas pode parecer material para um filme de ficção científica. A Dow, maior fabricante química dos Estados Unidos, avalia o resultado com sucesso e espera colocar no mercado nos próximos anos uma tinta "auto-cicatrizante", dotada de um mecanismo de ação que reconstitui a pintura original de uma parede que sofre pequenos riscos. A novidade será apresentada na Abrafati, feira de fornecedores de tintas e o congresso internacional do setor, que começa hoje em São Paulo.

Com a aquisição da líder Rohm & Haas no segmento de insumos e matérias-primas para tintas, a Dow cresceu sua participação para 6% do mercado global, que movimentou mais de US$ 45 bilhões no ano passado, fortalecendo sua área de especialidades. A compra permitiu juntar áreas de produção de emulsões acrílicas, epóxi e aditivos, entre outros. Seus clientes são produtores de tintas decorativas e indústrias em geral.

No Brasil, a Dow mantém um laboratório para o desenvolvimento onde investe em estudos de matérias-primas renováveis e solventes à base de água, explica José Magalhães Fernandes, diretor para o cone sul da Dow Coating Materials. Na feira para tintas, a rival Rhodia apresentará um solvente derivado do álcool que começará a ser produzido no Brasil para aplicação em tintas para impressão.

Em janeiro, de forma a atender a crescente demanda da construção civil e segmento industriais, como o setor automotivo e de linha branca, a Dow concluiu a construção de uma nova linha para elevar sua capacidade de produção, na qual investiu US$ 15 milhões na fábrica de Jacareí (SP), que pertencia à Rohm & Haas.

Outros US$ 5 milhões foram aplicados em novos produtos no cone Sul. A Dow tem ainda uma unidade de produção de epóxi, que opera desde os anos 1970, no Guarujá (SP) e atende outros segmentos da empresa. Somada a participação da Rohm & Haas, a Dow possui 22% do mercado nacional de emulsões acrílicas, segundo informações apresentadas ao órgão antitruste brasileiro, que analisou o processo de aquisição.