16/05/12 14h07

Dow estreita acordo com a Solazyme

Valor Econômico

A americana Solazyme, empresa que produz óleo renovável a partir da fermentação de açúcares com microalgas, estreitou acordo comercial com a Dow Chemical. A companhia química se comprometeu a comprar a produção de óleos renováveis da Solazyme para aplicar nos fluidos para transformadores comercializados pela empresa no mercado internacional.

No início do ano passado, as duas companhias já tinham assinado um contrato, no qual a Solazyme começou a desenvolver uma tecnologia para a produção de óleos renováveis para atender às necessidades da gigante química americana.

Com a evolução desse acordo, a Solazyme, com sede na Califórnia, pretende entregar, a partir do segundo semestre de 2013 até 2015, cerca de 29 mil toneladas desse óleo para a companhia química, disse ao Valor Rogério Manso, chefe global de comercialização de óleos da Solazyme. A empresa ainda não tem fábricas em operação. Neste ano, firmou uma joint venture com a Bunge para a construção de uma unidade de óleos renováveis em São Paulo e tem projetos para a construção de mais uma fábrica no país e outra unidade nos EUA. A Solazyme ainda não definiu se a produção que será entregue à Dow virá das futuras unidades brasileiras ou da americana.

Segundo Tirso Gaglio, diretor de marketing global da Dow para a divisão elétrica e de telecomunicações da companhia, o grupo já utiliza óleos renováveis a partir de grãos e girassol. "A produção a partir das microalgas tem uma performance melhor."

A opção da Dow é pela utilização de óleos renováveis em substituição à matéria-prima derivada do petróleo, utilizada pelas indústrias há mais de 100 anos. Entre as vantagens, os óleos renováveis são biodegradáveis e não são inflamáveis.

Segundo Gaglio, a matéria-prima que será fornecida pela Solazyme passará ainda por um processo de industrialização em uma unidade da companhia nos Estados Unidos antes de ser comercializado. O executivo afirmou que a Dow estuda investir em uma unidade no Brasil para industrializar o produto para os fluidos.

No Brasil, a Dow formalizou no ano passado uma joint venture com a japonesa Mitsui, com 50% de participação cada, para a construção de uma fábrica de polietileno verde (a partir do etanol). O projeto prevê a construção de uma fábrica em Santa Vitória (MG). A petroquímica Braskem tem uma unidade de PE verde já em operação em Triunfo (RS).