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Dow aposta no Brasil como plataforma para plástico verde

Valor Econômico - 20/07/2007

A Dow, maior empresa química dos Estados Unidos, decidiu apostar na cana-de-açúcar brasileira como fonte alternativa de matéria-prima para alimentar sua futura produção de resinas plásticas. A fabricante americana e a brasileira Crystalsev, uma das maiores trading de açúcar e álcool, anunciaram parceria para a construção no país do primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo. A intenção do acordo é produzir o plástico verde, de fonte renovável, a partir de 2011. As duas empresas vão formar uma joint venture em partes iguais. O projeto consiste na construção de uma usina de álcool, com capacidade de processar 8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano, ligada a uma nova fábrica de polietileno, capaz de produzir 350 mil toneladas anuais desta resina usada em embalagens e filmes plásticos. A localização do pólo alcoolquímico, que deve gerar aproximadamente 3,2 mil empregos diretos, não foi definida, mas poderá ficar próximo das usinas de açúcar e álcool da Crystalsev, situadas no eixo entre São Paulo e Minas Gerais, a fim de aproveitar a infra-estrutura existente, como logística e terras. A Dow, maior fabricante de polietileno do mundo, com 7 milhões de toneladas por ano, está buscando diversificar e reduzir sua dependência das fontes de matérias-primas fósseis, como nafta e gás, rotas usuais para a produção de polietileno. A Crystalsev - controlada por usinas, como Santa Elisa e Vale do Rosário, segundo maior grupo do país, que está em processo de fusão - fornecerá 700 milhões de litros de etanol que serão convertidos em eteno e, depois, transformados em 350 mil toneladas de polietileno. Segundo Pedro Suarez, presidente da Dow para a América Latina, o mercado interno, que cresce 6% a 7% ao ano, será o destino principal para resina verde.