16/06/08 11h13

Doux Frangosul investe no mercado interno

Valor Econômico - 16/06/2008

A combinação do impacto negativo do real valorizado sobre as exportações com o aumento dos custos dos insumos (especialmente milho e soja) e o crescimento do consumo doméstico de alimentos levou a Doux Frangosul a rever seu modelo de operação no Brasil. Com investimentos "significativos" no desenvolvimento de novos produtos industrializados de alto valor agregado e também em logística, a empresa pretende ampliar a participação do mercado brasileiro em seu faturamento dos 22% registrados em 2006 e 2007 para 35% em dois anos, informa o diretor-geral Aristides Vogt. Em 2005, a fatia era de 20%. O projeto começou a ser estruturado em meados de 2007, a partir de pesquisas de mercado e da modernização da marca LeBon, e poderá ser reforçado com a implantação de uma nova unidade para a produção de elaborados, desta vez em Pernambuco, para atender à demanda crescente na região Nordeste. Em 2007 o faturamento foi de R$ 1,55 bilhão (US$ 803,1 milhões), ante R$ 1,42 bilhão (US$ 652,2 milhões) em 2006, e no mesmo período as exportações cresceram de R$ 1,11 (US$ 509,9 milhões) para R$ 1,21 bilhão (US$ 627 milhões). A nova estratégia da subsidiária brasileira do grupo francês segue uma tendência já verificada nas duas maiores indústrias do segmento no país. Sadia e Perdigão também elevaram a fatia relativa das vendas domésticas nos últimos anos, e tem a ver com a redução da capacidade de repassar o aumento de custos de insumos aos preços dos produtos exportados. A expansão da estrutura logística também faz parte dos planos da Doux Frangosul para ganhar espaço no mercado doméstico em busca de maior rentabilidade. Hoje a empresa tem apenas um centro de distribuição, em São Paulo, e até o fim do ano pretende implantar novas unidades em Curitiba, no Rio de Janeiro, em Salvador e em Recife.