10/03/08 11h32

Dobra total de aquisições no Brasil

Valor Econômico - 10/03/2008

Os dois primeiros meses de 2008 são uma mostra do que pode estar por vir no mercado de fusões e aquisições no Brasil. O total de operações anunciadas em janeiro e fevereiro é de US$ 9,556 bilhões, mais do que o dobro dos US$ 4,56 bilhões do mesmo período do ano passado. Enquanto isso, em nível global, houve queda de 33,7% no volume de transações anunciadas, para US$ 399,3 bilhões. Os dados são da Thomson Financial. O Credit Suisse saiu na frente no ranking dos bancos que mais assessoraram fusões e aquisições em janeiro e fevereiro no Brasil. O banco assessorou a MMX Mineração e Metálicos, do empresário Eike Batista, na negociação com a mineradora anglo-africana Anglo American, que passará a deter ativos da companhia. O valor da operação, que envolve a criação de nova empresa e a reestruturação da MMX , é de US$ 5,5 bilhões. O Credit Suisse também assessorou a MMX na aquisição da Minerminas (Mineradora Minas Gerais) por US$ 115,625 milhões em sete parcelas semestrais. Esteve ainda do lado da J. Mendes, empresa de exploração de minério de ferro em Minas Gerais, na sua venda para a Usiminas por US$ 925 milhões mais um valor a ser definido após avaliação das reservas. Ainda no ranking de Brasil em janeiro e fevereiro, o Banco Itaú foi o segundo colocado, seguido pelo UBS e pelo HSBC. Na América Latina, o UBS ficou na primeira posição, com US$ 7,166 bilhões realizados. No mundo, o Morgan Stanley se destacou, ao assessorar US$ 88,384 bilhões. Os números da Thomson Financial não pegam a compra da Ática pelo Bradesco, por R$ 830 milhões (US$ 472 milhões), anunciada ontem. Nem a aquisição da Siciliano pela Saraiva por R$ 60 milhões (US$ 34,1 milhões). Há ainda em andamento a negociação de compra da Xstrata pela Vale, operação que passaria de US$ 70 bilhões, e a privatização da Cesp por valores que poderiam chegar a US$ 20 bilhões, além da venda da Brasiliana.